sábado, 27 de julho de 2019

Hernán Cortés e os Astecas - A conquista do México pelos Espanhóis - 1.ª Parte

Ao fundo: reconstituição de Tenochtitlán (actual cidade do México)


A origem dos Astecas perde-se na noite dos tempos. Mas acredita-se que chegaram ao vale do México, com outros grupos nómadas, por volta do século XIII.
As suas qualidades guerreiras fizeram com que, nos primeiros tempos, servissem como mercenários dos povos já fixados na região.

Em 1325 fundaram a sua capital, Tenochtitlán, no local onde se acha hoje a cidade do México. A urbe, magnífica, deixaria os Espanhóis maravilhados, quando eles apareceram para desferir o golpe fatal. Esse golpe, perpetrado por Hernán Cortés, antecedeu, em cerca de década e meia, aquele que o também espanhol Pizarro vibraria noutra grande civilização, a dos Incas (recordar aqui).

Tenochtitlán assentava numa ilha, a meio de um lago que seria posteriormente aterrado. O tráfego aquático era muito intenso, pelo que as estradas que ligavam a cidade às margens do lago se interrompiam em vários pontos por aberturas que deixavam passar as canoas. Para ultrapassar o vazio destas aberturas utilizavam-se pontes de tábuas que se podiam retirar sempre que necessário (por exemplo, em caso de ataque inimigo).

Cerca de 1430, Tenochtitlán entrou numa coligação militar com as vizinhas cidades de Texcoco e Tlacopán. A coligação conseguiu, após combates impiedosos, acabar com o poder dos Tepanecas, hegemónicos na região até essa altura.
Tenochtitlán foi aumentando o seu poder na Tripla Aliança, até que se tornou a potência dominante e, submetendo os povos da região, se tornou um império poderoso - o império Asteca.

A expansão asteca conduziu rapidamente à conquista dos lugares produtores de alimentos - o vale de Toluca, a oeste, e a costa do golfo do México, a leste -, bem como de todas as regiões da Mesoamérica Ocidental. Povos como os Tarascos, os Mixtecos, os Huastecos e muitos outros tiveram de ceder perante a força dos Astecas.
Só se registou uma excepção: a dos Tlaxcaltecas (habitantes da região de Tlaxcala), que resistiram ao ataque, mantiveram a sua independência e viriam a desempenhar um papel importante na altura em que os Espanhóis irromperam no território.

Reconstituição do centro de Tenochtitlán (cidade do México)

A expansão territorial dos Astecas modificou profundamente a sua organização social e política. Com os abastecimentos garantidos a partir das regiões conquistadas, o tecido social modificou a sua antiga base agrícola e converteu-se numa complexa rede de funcionários - guerreiros, sacerdotes, cobradores de impostos, artesãos e mercadores. À cabeça estava o imperador, simultaneamente chefe de exército e sumo-sacerdote. 

Um elemento essencial da coesão social asteca era a religião. Ao princípio, esteve sobretudo centrada na adoração dos astros: o Sol era a divindade que dava vida ao universo e que havia criado os seres humanos. Mais tarde, essa religião evoluiu para um complicado sistema politeísta, em que o primeiro lugar - de acordo com a índole belicista do povo - era ocupado por Huitzilopochtli, o sanguinário deus da guerra.

O terrível culto de Huitzilopochtli dominava a vida de Tenochtitlán. A ele se dedicara a grande pirâmide erguida no centro da cidade (ver acima), onde se celebravam os ritos em sua honra.
A parte fundamental desses ritos consistia em sacrifícios humanos, que os Astecas criam indispensáveis para que os deuses lhes conservassem as forças e pudessem manter vivo o universo.
Havia várias formas de imolar as vítimas. A mais comum consistia em abrir-lhes o peito, ainda em vida, para lhes extrair o coração, que era acto contínuo oferecido à estátua do deus.
O povo participava no ritual comendo pedaços de carne da vítima, dando-se prioridade aos sacerdotes e aos nobres presentes. 




Esta forma de culto dos Astecas chegou a atingir proporções monstruosas. Se, no começo da expansão imperial, praticamente só se sacrificavam os prisioneiros feitos nas batalhas, a partir de certa altura já se partia para a guerra com o único fito de capturar mais e mais vítimas para os deuses - especialmente para o insaciável Huitzilopochtli.

Os crânios das vítimas amontoavam-se aos lados do templo. Mais tarde, os invasores espanhóis chegariam a contar 136 000. Algumas fontes referem que só na consagração inaugural do templo se imolaram 20 000 seres humanos.

Entre muitos outros deuses, Tlaloc, deus da água, era objecto de especial veneração. Também em honra deste, como de muitos outros, se realizavam sacrifícios de morte. O costume estendeu-se aos deuses protectores das demais populações do império. À semelhança do que sucedia na capital, Tenochtitlán, os templos onde a mortandade tinha lugar eram sempre edificados em forma de pirâmide.

Um outro deus a que os Astecas atribuíam grande importância era Quetzalcoatl, a Serpente Emplumada, divindade herdada dos Toltecas. Segundo um velho mito asteca, Quetzalcoatl fora há muito expulso da terra por um deus rival, mas prometera voltar, vindo do mar oriental, sob a aparência de uma criatura barbuda e de pele clara - e provavelmente com o propósito de se vingar.

No ano de 1519 começaram a chegar notícias preocupantes a Moctezuma Xocoyo, o imperador asteca. Vindos dos pontos mais longínquos do território, correios especiais informavam que a profecia de Quetzalcoatl parecia em vias de ser confirmada.
Com efeito, homens estranhos, brancos e barbudos, tinham acabado de desembarcar nas praias do império. Não era a primeira vez que tal ocorria nos últimos anos. No entanto, os estrangeiros pouco se haviam demorado nessas primeiras visitas: tinham sido devolvidos ao mar à custa de ofertas generosas ou de escaramuças com as populações costeiras.
Agora, o caso parecia ser diferente, pois os intrusos davam sinais claros de pretenderem avançar para o interior do império. Viria Quetzalcoatl com eles?


Continua em 3 de Agosto de 2019 (2.ª parte - ver aqui)

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Máscaras africanas


Sugestão: ver devagar, ao som de Blood Diamond:



































































































































quarta-feira, 24 de julho de 2019

Um novo primeiro-ministro para o Reino Unido...


Alexander Boris Johnson, escolhido para suceder a Theresa May como primeiro-ministro do Reino Unido.
Nasceu de pais britânicos, na cidade de New York, Estados Unidos da América, em 1964.





Donald Trump, presidente dos EUA, manifestou por diversas vezes um apoio entusiástico a este seu conterrâneo.
Parecem criadas as condições para um singular e divertidíssimo (?) "affaire" por sobre as águas do Atlântico…




Reacção do Homer Simpson, quando soube...


terça-feira, 23 de julho de 2019

domingo, 21 de julho de 2019

"D. Sebastião desapareceu em Alcácer do Sal?"... "O grito do índio Ipiranga?"... etc., etc., etc.




Isabel Carla Moreira de Brito, licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal) e professora daquela disciplina no Ensino Básico e Secundário, teve a virtuosa ideia de editar em 2018, na Manuscrito, o livro cuja capa acima se reproduz.
A obra - cuja leitura vivamente recomendamos - contém mais de uma centena de respostas disparatadas fornecidas por alunos durante as aulas ou em fichas de trabalho, testes de avaliação e exames.

Como Isabel esclarece na Introdução:

os erros nas aulas e testes de História acontecem e, na maior parte das vezes, originam histórias engraçadas impossíveis de esquecer. Em momentos de ansiedade, de pouca inspiração, ou… de pouco estudo, podemos tornar-nos mais criativos! (…)
Sou professora de História há largos anos e fui reunindo as respostas mais divertidas que encontrei. Umas foram dadas em salas de aula, outras em testes escritos, umas aconteceram comigo, outras foram-me contadas por colegas e amigos, também docentes de História. São erros da História de Portugal e da História Universal capazes de proporcionar episódios com bastante humor.

Mas Isabel Moreira de Brito não se limita a reproduzir as originalíssimas e mirabolantes respostas de alguns discentes. Ela apresenta as perguntas que as originaram e o respectivo contexto; depois, relativamente a cada uma delas, expõe em linguagem atractiva, rigorosa e com notável sentido pedagógico a resposta que deveria ter sido dada.
Trata-se, portanto, de uma obra que tanto diverte (frequentemente até às lágrimas…) como ensina.
No final do volume é facultada uma útil e extensa bibliografia.  



Do fantástico e, por vezes, delirante universo contido neste livro, é quase impossível destacar qual o contributo mais inesperado, mais surpreendente ou, até, mais atordoante...
Algumas das respostas, se não chegaram para fugir ao doloroso "chumbo", mereceriam ao menos uma qualquer generosa recompensa pela extraordinária criatividade e pelo insuperável espírito de "desenrascanço" que revelam (atávica característica da lusitana humanidade…).
Sete exemplos, de um conjunto vastíssimo:

- D. Sebastião não morreu, de facto, em Alcácer-Quibir (como se contou aqui); ele terá antes desaparecido quando se encontrava a combater os mouros na cidade marroquina de Alcácer do Sal, ali para os lados de Setúbal...

- o presidente norte-americano Abraham Lincoln foi assassinado quando passava pelas ruas de Dallas num carro descapotável...

- Waterloo não se tornou conhecida por causa da derrota que Napoleão aí sofreu, mas porque foi com esse tema que os inesquecíveis Abba venceram o Festival Eurovisão da Canção...

- o sempre lembrado "Grito do Ipiranga" é assim explicado: os brasileiros não queriam continuar a ser uma colónia e por isso lutaram contra os portugueses; durante uma batalha, o índio Ipiranga, que estava junto de D. Pedro, gritou: "Independência ou Morte!"...

- ainda no Brasil, o padre António Vieira ensinava latim aos índios para que estes pudessem comunicar com os portugueses...

- a rainha D. Maria Pia (esposa do rei português D. Luís e mãe do rei D. Carlos, assassinado em 1908) "ficou para a História por ser uma gastadeira; vestidos, quadros, mobília, ela comprava de tudo com frequência e ainda dava festas grandiosas, gastando todo o dinheiro do marido, que depois tinha de pedir emprestado ao governo. Mais gastadeira do que ela, só mesmo a rainha Maria Antonieta de França"... 

- a Santa Aliança, criada na Europa após a derrota de Napoleão Bonaparte, tinha como responsáveis Deus Pai, Filho e Espírito Santo...

… e mais, muito mais, neste livro delicioso - que não deve perder!



Isabel Moreira de Brito, autora do livro


Isabel é ainda autora de um excelente blogue, Estórias da História, que, decerto com muitíssimo proveito, poderá visitar aqui.

sábado, 20 de julho de 2019

"Poema do Homem Novo" (na Lua, há precisamente 50 anos...)

Tripulação da Apolo XI, da esq. para a dir.:  Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin

Neil Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se,
com espesso traço,
o memorável feito.

Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.

Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.

Envolvendo o conjunto,
do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.


A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um invólucro soprado de tela de alumínio.

Capacete de rosca,
de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas,

tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.


Numa cama de rede,
pendurada da parede do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.

Cá de longe, na Terra,
num burburinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falavam,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.


Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
Caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.
Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo
como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.
Num sobre-humano esforço

levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.

Com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira,
com o coração pequeno e ressequido,

viu,
com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar,
no chão poeirento da Lua,
a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria
o Homem Velho.

Poema de António Gedeão, Portugal (1906-1997)

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Odette Sansom - A espia mais condecorada da 2.ª Guerra Mundial


Odette Sansom

Odette Sansom, uma dona de casa francesa e mãe de três filhas, resolveu tornar-se espia dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Foi capturada e torturada, mas sobreviveu sem nunca quebrar.
A sua história acaba de ser publicada em Portugal. Nome de código Lise”, editado este mês pela Vogais, é a história verdadeira de uma espia do SOE (Executivo de Operações Especiais), que poderia ser banal, não fosse o caso de esta mulher pouco conhecida ser a mais condecorada de todos os espiões da Segunda Guerra Mundial.

Odette Sansom Hallowes, também conhecida como Odette Churchill, era uma mulher “bastante vulgar, talvez até enfadonha”, que não bebia, não fumava, nem praguejava. Não obstante, era uma "assassina treinada”, uma heroína da resistência francesa, que foi presa, torturada e levada para um campo de concentração, sem nunca ter “quebrado”, conta o autor, Larry Loftis, no prefácio do livro.

Como refere o escritor num artigo publicado pela revista “Time”, “peça-se a um aficionado da Segunda Guerra Mundial que nomeie os espiões mais condecorados da guerra e provavelmente recebe-se uma de três respostas: Dusko Popov (nome de código: Tricycle), o agente duplo que avisou o FBI sobre Pearl Harbor e que inspirou o James Bond de Ian Fleming; Juan Pujol (nome de código: Garbo), o espanhol que enganou os alemães com uma falsa rede de 15 agentes; ou Roman Garby-Czerniawski (nome de código: Brutus), o agente duplo polaco que tinha cem agentes na rede de espionagem que criou, a Interallié.





À esquerda o espião sérvio Dusko Popov (Tricycle). À direita, a ficha consular brasileira do espião espanhol Juan Pujol (Garbo).



Afirma o autor: Todos eles foram grandes espiões e determinantes para enganar os alemães quanto ao dia D, todos eles foram condecorados, mas as suas condecorações empalidecem quando comparadas com as de uma espia chamada Odette Sansom (nome de código: Lise), distinguida com a Ordem do Império Britânico, a Ordem Nacional da Legião de Honra (a maior condecoração francesa), a Cruz de George (a mais alta condecoração civil do Reino Unido), e mais outras cinco medalhas”.

O mesmo se passou com o próprio autor do livro, que, até “descobrir” Lise, estava convencido de que Dusko Popov fora o maior espião da Segunda Guerra Mundial, e talvez o maior espião da história.

Foi ocasionalmente, quando lia “História do Coronel Henri”, as memórias do sargento Hugo Bleicher, agente secreto alemão que trabalhava contra a Resistência Francesa na França ocupada pelos nazis, que esbarrou com Odette Sansom. Hugo Bleicher infiltrara-se numa rede em que estava implicada uma espia dos Aliados chamada ‘Lise’”, descreve o autor no prefácio do livro.

Foi então que ele mergulhou em tudo o que tivesse sido publicado em inglês sobre o assunto, a começar pelas fontes primárias, desde biografias a memórias de várias personalidades que com ela privaram ou se cruzaram. Analisou ainda todos os documentos do SOE que lhe fizessem referência e viu as entrevistas pessoais de Odette em 1986.

Depois de toda a informação que recolheu, questionou-se “como era possível que quase ninguém tivesse conhecimento daquela mulher” e decidiu contar a sua história.

Odette Sansom

Em 1942, não se vislumbrava um fim para a Segunda Guerra Mundial e Odette Sansom, casada com um inglês e mãe de três meninas, decidiu seguir o exemplo do pai na Primeira Guerra Mundial e tornou-se agente do SOE, como mensageira, para ajudar a Grã-Bretanha e a França.
Após cinco tentativas falhadas e um acidente de avião, Odette desembarca por fim na França ocupada para dar início à sua missão e é então que conhece o seu oficial superior, o capitão Peter Churhill, líder do circuito.

À medida que completam com êxito missão atrás de missão, Peter e Odette apaixonam-se, mas cada sucesso aproxima os inimigos da sua localização, até que são traídos por outro agente.

Os dois foram detidos por Hugo Bleicher e enviados para a prisão em Paris, sendo posteriormente interrogados. Mas enquanto Peter Churchill seguiu o protocolo do SOE e se fez de “tonto” - negando tudo, exceto ser um agente britânico -, Odette fez o oposto e disse aos alemães que ela era a líder da rede e que Peter era apenas um peão na operação.

Odette foi então entregue à Gestapo, sendo interrogada 14 vezes. Sujeita à fome e à tortura, “nunca quebrou”, e a sua resposta era sempre a mesma: “Não tenho nada a dizer”.

Prisioneiras no campo alemão de Ravensbrück.

Quando a Gestapo percebeu que ela nunca falaria, condenou-a à morte e enviou-a para o local mais temido por todas as mulheres na Europa, Ravensbrück, um campo de concentração feminino a cerca de 90 quilómetros de Berlim. Ali foi colocada numa prisão subterrânea, conhecida como “o Bunker” (rever aqui e aqui).

Durante três meses e oito dias definhou numa pequena cela, ora demasiado quente, ora gelada, praticamente sem comida e em escuridão total, exceto durante cinco minutos por dia em que se acendia uma luz por cima da sua cabeça.
O corpo não tardou a ficar coberto de chagas, sofreu de disenteria e escorbuto, perdeu o cabelo e dentes, e acabou por sucumbir a um estado de semi-coma, mas o médico da enfermaria reanimou-a com uma injeção e ela voltou para a cela. Aguentou até ao fim sem nunca entregar o nome de nenhum agente.

Odette sobreviveu à guerra quase milagrosamente, ao contrário de muitos dos seus camaradas do SOE. Até ao fim da vida, pediu para que ninguém os esquecesse.

Em algumas entrevistas que deu, admitiu não haver outra razão para ter sobrevivido senão o nome Churchill. Apesar de não haver qualquer parentesco entre Peter Churchill e Winston Churchill (primeiro-ministro do Reino Unido durante a guerra), existia a convicção deste parentesco, que ela nunca desmentiu.

Odette separou-se de Peter ao fim de nove anos de casamento (em 1956) e casou-se com Geoffrey Hallowes. Morreu em 1995, com 82 anos.

Em 1950 foi feito um filme sobre ela, “Odette”, que se estreou na altura com grande aclamação em Inglaterra e nos Estados Unidos (ver cartaz a seguir).



(Fonte do texto: Redacção da TVI24 - Lisboa - Portugal - 27-Junho-2019)