sábado, 31 de outubro de 2020

Cixi, de Concubina a Imperatriz da China

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A Quetzal lançou há uns anos a obra A Imperatriz Viúva - Cixi, a Concubina Que Mudou a China, um texto fascinante de Jung Chang (autora de Cisnes Selvagens).

Cixi (1835-1908) é considerada por muitos a mulher mais importante da História da China. Proveniente de uma das mais antigas e ilustres famílias manchus, foi seleccionada, com apenas dezasseis anos, para fazer parte do numeroso harém do imperador chinês Xianfeng.

Na corte, o seu nome próprio nem sequer ficou registado na altura, pois era considerada demasiadamente insignificante para justificar tal assento. Figurou, apenas, como "mulher da família Nala".

Contudo, em menos de dez anos, esta jovem decidida abriu caminho para se tornar governante da China.

Após a morte do imperador, tomou o trono aos regentes nomeados por ele e, durante décadas, até à sua morte (1908), teve nas mãos o destino de um terço da população mundial.

Cixi, também pronunciado Tzu Hsi, foi o seu nome honorífico, significando "amável e alegre".

Cixi reinou em tempos historicamente conturbados, percorridos por grandes crises internas e externas. Mas conseguiu transformar profundamente o país, desenvolvendo todos os sectores e infraestruturas indispensáveis a um Estado moderno: indústria, caminhos-de-ferro, electricidade e comunicações.

Desempenhou também um papel importante em reformas sociais, abolindo, por exemplo, práticas de extrema crueldade, como a morte através dos mil golpes ou a tradição de ligar brutalmente os pés das mulheres.

Sobre esta obra, escreveu The Economist: "A história extraordinária de Cixi tem todos os elementos de um conto de fadas: é bizarra, sinistra, triunfante e terrível".

Por seu turno, o New York Magazine comentou:
"Este livro de Jung Chang mergulha numa figura verdadeiramente fascinante: uma ferina consorte imperial que governou por detrás dos tronos de dois e sucessivos imperadores chineses e que conduziu a China até ao século XX. Uma história maquiavélica narrada pela autora da biografia definitiva de Mao".

Leitura altamente recomendada pela Torre.
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JUNG CHANG, A Imperatriz Viúva - Cixi, a Concubina Que Mudou a China, Quetzal Editores, Lisboa, 2014 (520 pgs.).



sexta-feira, 30 de outubro de 2020

"Ao Amor Antigo" (Carlos Drummond de Andrade - Brasil)



O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede.
Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.


O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.


Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém,
nunca fenece
a cada dia surge mais amante.
Mais ardente,
mas pobre de esperança.


Mais triste?
Não.
Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Aberturas de Grandes Livros - "Arquipélago de Gulag" (Alexandre Soljenitsine - Rússia)

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“Como se chega a esse misterioso Arquipélago?
A todas as horas para lá voam aviões, navegam barcos e marcham comboios, sem que neles se veja uma só inscrição que indique o lugar de destino.
Os empregados das bilheteiras e os agentes da Sovturista e da Inturista ficarão surpreendidos se você lhes pedir uma passagem para lá. Nem do Arquipélago, no seu conjunto, nem de nenhum dos seus incontáveis ilhéus eles têm conhecimento.

Aqueles que vão dirigir o Arquipélago chegam lá por intermédio da Escola do Ministério do Interior (M. V. D.).
Aqueles que vão ser guardas no Arquipélago são convocados por intermédio de secções militares.
Aqueles que vão lá morrer, como você e eu, leitor, esses devem passar infalível e exclusivamente através da detenção.

Detenção!!!!
Será necessário dizer que isso representa uma viragem brusca em toda a sua vida?
Que é como a queda a pique de um corisco sobre a sua cabeça?
Que é uma comoção espiritual insuportável, a que nem todas as pessoas podem adaptar-se, e que frequentemente leva à loucura?
O universo tem tantos centros quantos os seres vivos que nele existem.
Cada um de nós é o centro do mundo e do universo, e ele desmorona-se quando alguém nos sussurra ao ouvido: “Está preso!” (…)

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(…) A detenção nocturna, do tipo descrito, é a preferida, pois apresenta as maiores vantagens.
Todos os habitantes do apartamento ficam encolhidos pelo terror, desde a primeira pancada na porta.
O preso é arrancado ao calor da cama, todo ele reduzido à impotência do sono, com a mente confusa.

Na detenção nocturna, os agentes têm superioridade de forças: vários homens armados contra um que não chegou sequer a abotoar as calças; durante os preparativos e a revista à casa, por certo que não se junta à entrada nenhum grupo de possíveis partidários da vítima. (…)

As detenções nocturnas têm ainda a vantagem de que nem os inquilinos do prédio, nem os transeuntes das ruas da cidade vêem quantos levaram durante a noite. Se assusta os vizinhos mais próximos, o acontecimento não existirá para os mais distantes. É como se nada tivesse acontecido.
Pela mesma calçada em que transitaram os carros da polícia durante a noite, desfila durante o dia um magote de jovens com bandeiras e flores, entoando alegres canções. (…)”
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Alexandre Soljenitsine (1908-2008)
.Arquipélago de Gulag – Alexandre Soljenitsine - Rússia (Livraria Bertrand - Lisboa - Portugal - 1975)
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Dr. Jivago (Tema musical)

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

TANGO! ("Por una Cabeza")


 TANGO! (ver mais aqui)


Inspirador:

o grande Carlos Gardel (aqui)

"Por una Cabeza"


Os seguidores:

I


II




III



IV




V



sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O melhor futebolista de sempre faz hoje anos. Parabéns, Pelé! E obrigado.


Edson Arantes do Nascimento, mundialmente conhecido como Pelé, nasceu a 23 de Outubro de 1940 em Três Corações, Brasil, pelo que perfaz hoje a bonita idade de 80 anos.

Futebolista de eleição, sem dúvida o maior entre todos os maiores de qualquer tempo, foi um privilégio e um encantamento vê-lo jogar, derramando talento e magia em tantos estádios - quer pelo Santos, seu time no país natal, quer pela fantástica selecção brasileira de alguns Mundiais. 

Como, por exemplo, no México, em 1970: nem o grande poeta Carlos Drummond de Andrade resistiu a colaborar naquela vitoriosa e inesquecível campanha... (reveja aqui).

Edson Arantes do Nascimento (Pelé)
Saiba mais sobre ele
  aqui.


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O assassínio da família imperial da Rússia pelos bolcheviques de Lenine (17 de Julho de 1918) - (8.ª e última parte)

 Galeria final de fotos (II)

Os cinco irmão assassinados na "Casa Ipatiev".
(Da esq. para a dir.: Tatiana, Anastasia, Alexei, Maria e Olga)







Olga e Tatiana em uniformes militares.







Alexei e Nicolau II, também uniformizados.







A czarina Alexandra com as suas quatro filhas.
(Da esq. para a dir.: Olga, Tatiana, Anastasia e Maria)








Alexei e o pai em uniformes cossacos.







Olga e Tatiana.








Nicolau II e Alexei.








As quatro irmãs. Sentada: Tatiana.
 De pé, da esq. para a dir.: Maria, Anastasia e Olga.







Ainda as quatro filhas de Nicolau II e Alexandra.
De pé, da esq. para a dir.: Maria, Olga e Tatiana. Sentada: Anastasia.







Olga, a mais velha.








Alexei e o pai.








Paragem numa viagem de comboio (Maria, Olga e Tatiana).








Nicolau II e Alexei na Marinha.







Maria, Anastasia e Olga.







Nicolau II e Alexei, a sucessão que não aconteceu.

Transcrição do texto introdutório da 1.ª Parte:

"A matança destas 11 pessoas (ver aqui), levada a cabo às primeiras horas da madrugada de 17 de Julho de 1918 na localidade russa de Ecaterimburgo, nos Urais, ficou a constituir para sempre uma das mais hediondas façanhas praticadas por qualquer força política em qualquer tempo. O crime choca e repugna ainda hoje pelo calculismo maquiavélico e pela brutal crueldade com que foi executado.

Independentemente das crenças e simpatias de cada um, não existe possibilidade honesta de defender ou compreender, seja em nome de que ideologia ou causa for, o assassínio a frio de uma criança doente e sofredora, de algumas jovens mulheres mal saídas da adolescência e dos quatro acompanhantes cuja única culpa foi a de se acharem na sinistra casa de Ipatiev e de estarem ao serviço dos Romanov cativos dos bolcheviques (mais tarde rebaptizados de comunistas).

Apesar da inescrupulosa ferocidade que distinguia a brigada assassina comandada por um homem da Cheka, Yakov Yurovski, o episódio reflecte, como um espelho trágico, a crueldade intrínseca de Lenine, chefe do Partido Bolchevique e presidente do Sovnarkom. Na verdade, a matança exemplifica a maneira de ser e de sentir do líder e aquilo que ele pensava constituir a forma mais adequada de agir em circunstâncias como aquela.

Demonstrou-o em diversas ocasiões, como, por exemplo, no posterior assassínio de um irmão do czar, Mikhail Romanov, ou na liquidação de outros membros da família Romanov mais alargada - e dos seus servos -, tudo levado a cabo em condições igualmente horrorosas, que Lenine aplaudiu com júbilo.

E não deixam dúvidas os telegramas furiosos que ele expedia para os carrascos, censurando-os por não terem actuado com “o máximo de crueldade” e incentivando-os a não se ficarem por “meias-medidas”.

Todavia, Lenine e os seus mais próximos perceberam que o assassínio da família imperial e dos seus acompanhantes, exactamente pelas condições em que ocorreu, encerrava o perigo potencial de virar contra os bolcheviques uma parte significativa da opinião pública. Se havia muitos que não chorariam por aí além o desaparecimento do czar Nicolau – e talvez ainda menos o da czarina Alexandra -, o mesmo não se poderia dizer dos restantes nove, irrefutavelmente inocentes.

Por isso se ergueu celeremente uma cortina de silêncios, omissões, deturpações, calúnias, mentiras e pistas falsas.

Começou-se por negar o acontecido. Mais tarde, admitiu-se a morte do czar, e só a dele: o resto da família teria sido conduzida para sítio seguro. E quando a realidade da matança total não pôde mais ser ocultada, atribuiu-se a iniciativa exclusiva do crime ao poder local em Ecaterimburgo, ou seja, ao Comité Executivo do Soviete Regional dos Urais.

Esta foi uma mentira que perdurou durante décadas, sustentada pelas autoridades soviéticas e alimentada, ainda na actualidade, por uma legião de admiradores de Lenine. O que só prova, no fundo, que também eles consideraram e consideram que a chacina foi monstruosamente inaceitável: havia por isso que retirar o líder bolchevique da cena sanguinária.

Hoje, face a diversos elementos e testemunhos entretanto surgidos, sabe-se a verdade. Lenine não só sabia como autorizou os tiros e as punhaladas da madrugada fatal.

É certo que ainda não apareceu nenhum papel, com a sua assinatura, ordenando a execução. Mas se fosse esse o único critério para apurar a verdade do caso, concluiríamos sem remissão que Adolfo Hitler não teve nenhuma culpa da morte de milhões de judeus."

Deus Salve o Czar (Tsar)

(Hino nacional da Rússia de 1833 a 1917):


Ver as 7 partes anteriores:

1.ª Parte - Identificação das Vítimas (aqui)
2.ª Parte - A Revolução e a Queda da Monarquia (aqui)
3.ª Parte - Cativeiro em Tsarskoe Selo (aqui)
4.ª Parte - Cativeiro em Tobolsk (aqui)
5.ª Parte - Cativeiro em Ecaterimburgo e Assassínio (aqui)
6.ª Parte - Reabilitação da Família e Funerais (aqui)
7.ª Parte - Galeria Final de Fotos - I (aqui)


SUGESTÕES DE LEITURA:


ROBERT SERVICE – O Último dos Czares (Nicolau II e a Revolução Russa)

JOEL CARMICHAEL – História Resumida da Revolução Russa

JOHN REED – Dez Dias Que Abalaram o Mundo

SIMON SEBAG MONTEFIORE – O Jovem Estaline

ADAM B. ULAM – Os Bolcheviques

(Fim)

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O assassínio da família imperial da Rússia pelos bolcheviques de Lenine (17 de Julho de 1918) - 7.ª Parte

 Galeria final de fotos (I)


O czar Nicolau II e a czarina Alexandra.







Os sete Romanov. Alexei está ao colo da mãe.







Tatiana, Olga e Maria.







Alexei ao colo de Nicolau II.







Alexei pronto para a guerra.
Para seu grande desgosto, a arma ser-lhe-ia confiscada num dos lugares de cativeiro, porque os guardas bolcheviques a consideraram "perigosa".







Alexei, marinheiro.







Anastasia e Alexei.







A czarina Alexandra e a sua filha Anastasia.








Alexei.







Maria, Anastasia e Tatiana.







Maria e Tatiana.







Tatiana e a czarina Alexandra. Era a filha mais chegada à mãe.







Tatiana.







Na praia.









As quatro irmãs a bordo de um navio, todas com expressão desagradada - ou a perfeita imagem do "eterno feminino": nenhuma menina ou mulher (grã-duquesa ou plebeia) aprecia que a brisa marítima lhe desfaça o penteado no momento da foto...

 "Deus Salve o Czar"  (Tsar)
(Hino nacional da Rússia entre 1833 e 1917)
 
Outra versão do mesmo hino
(com tradução em inglês):



(Conclui em 21 de Outubro de 2020)

sábado, 17 de outubro de 2020

O assassínio da família imperial da Rússia pelos bolcheviques de Lenine (17 de Julho de 1918) - 6.ª Parte

De pé: Nicolau II, Alexei, Tatiana, Maria e Anastasia.
Sentadas: Olga e a czarina Alexandra.


Quando, a seguir ao assassínio cometido na “Casa Ipatiev”, os bolcheviques de Lenine arrastaram os onze cadáveres até aos arredores de Ecaterimburgo e os soterraram em duas valas separadas, um deles terá proclamado, com arrogante convicção, que jamais se poderia descobrir o que eles tinham feito e, muito menos, identificar as vítimas.

Com efeito, os assassinos utilizaram o fogo, o ácido e, por fim, antes do derradeiro sepultamento, os instrumentos que tinham à mão para fragmentar ao máximo as ossadas dos sete membros da família imperial e dos seus quatro infortunados servidores.


Local da exumação dos restos mortais das vítimas.

O assassino estava, obviamente, errado, pois não poderia ter previsto a evolução da política russa nem os extraordinários avanços da Ciência.

A descoberta dos despojos terá ocorrido no final da década de 1970, mas o segredo foi mantido até ao colapso da União Soviética e do império comunista.

Em 1991, na primeira vala descoberta, foram exumados os restos mortais de Nicolau, da czarina Alexandra, de três das suas filhas (Olga, Tatiana e Anastasia) e dos quatro servidores.

Os restos do pequeno Alexei e da sua irmã Maria, que, numa tentativa de despiste, haviam sido lançados para uma vala afastada da primeira, apenas vieram à luz do dia no ano de 2007.


O mesmo local da exumação.

Sucessivos testes de DNA realizados quer na Rússia quer no estrangeiro, permitiram confirmar, sem a menor dúvida, que os despojos pertenciam, de facto, às onze pessoas abatidas na cave da “Casa Ipatiev”.

A determinação da idade das ossadas possibilitou a identificação individual das mesmas.

A reabilitação da memória das vítimas e a condenação - pelo menos sob o ponto de vista moral - dos seus impiedosos assassinos, foi acontecendo a vários níveis, designadamente o religioso e o político.


Ícone dos Romanov canonizados.

A Igreja Ortodoxa Russa no Exterior procedeu à canonização das vítimas como neo-mártires.

Mais tarde, já no ano 2000, a Igreja Ortodoxa Russa anunciou a canonização dos Romanov - não como mártires, mas como Portadores da Paixão, pela humildade, paciência e mansidão com que eles haviam suportado a agonia dos dezasseis meses de provações e agonia nas mãos dos seus carrascos – uma resignação que a Igreja achou que fazia lembrar a de Jesus Cristo no Calvário.


Demolição da "Casa Ipatiev," em Ecaterimburgo.

Entretanto, a infame “Casa Ipatiev”, onde ocorrera o crime, foi demolida e em seu lugar ergueu-se um magnífico templo em homenagem à memória das vítimas daquela noite terrível - a Igreja do Sangue.


Igreja do Sangue, que tomou o lugar da "Casa Ipatiev".


Em Outubro de 2008, a Suprema Corte da Rússia declarou que Nicolau II e a sua família haviam sido vítimas de uma cruel repressão política e reabilitou-os. 

Antes disso, em 17 de Julho de 1998 (quando se completavam oitenta anos sobre o dia do assassínio) os cinco membros da família já exumados e os quatro servidores foram trazidos para São Petersburgo e sepultados, com guarda de honra, na Catedral de São Pedro e São Paulo.

Nicolau II e os seus ficaram enfim a repousar junto dos outros czares da Rússia ali sepultados.


Funeral com guarda de honra, em São Petersburgo.



Cerimónias fúnebres, vendo-se o Presidente Bóris Yeltsin (sentado).


O Presidente da Rússia, Bóris Yeltsin, esteve presente nas cerimónias fúnebres e proferiu o discurso que parcialmente se transcreve:


"Caros concidadãos:


Hoje é um dia histórico para a Rússia.

Passaram-se oitenta anos desde o assassinato do último imperador russo e da sua família. Estamos há muito tempo em silêncio sobre esse crime monstruoso.

Devemos dizer a verdade.

O massacre de Ecaterimburgo constituiu uma das páginas mais vergonhosas da nossa história.

Ao enterrar os restos de inocentes, queremos expiar os pecados dos nossos antepassados.

Culpados são aqueles que cometeram este crime hediondo, e também aqueles que o justificaram ao longo das décadas, todos nós.

Não devemos mentir a nós mesmos, justificando essa crueldade sem sentido com objectivos políticos.

A execução da família Romanov foi o resultado de uma divisão irreconciliável na sociedade russa.

Os resultados são sentidos até hoje.

O enterro das vítimas de Ecaterimburgo é, antes de tudo, um acto de justiça humana. É um símbolo da unidade da nação, uma expiação da culpa comum (…).

Vídeo (parcial) das cerimónias fúnebres dos Romanov

(17 de Julho de 1998):

(Continua em 19 de Outubro de 2020)