Mas o fiscal continuava desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba dentro daquele maldito saco.
Pequenas e grandes histórias da História e mensagens mais ou menos amenas sobre vidas, causas, culturas, quotidianos, pensamentos, experiências, mundo...
quinta-feira, 17 de julho de 2025
A Velha Contrabandista (Stanislaw Ponte Preta - Brasil)
Mas o fiscal continuava desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba dentro daquele maldito saco.
sábado, 29 de março de 2025
D. Pedro III de Portugal, pai de D. João VI - O "Capacidónio"
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Rainha D. Maria I, de Portugal (1734-1816) e o tio D. Pedro III, seu esposo e Rei Consorte (1717-1786) |
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Moeda de ouro
com as efígies de D. Maria I e D. Pedro III
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quarta-feira, 12 de março de 2025
As segundas mães (Tempos de escravatura e servidão: amas-de-leite negras para crianças brancas)
Ama-de-leite é uma mulher que amamenta crianças alheias, ou seja, filhos ou filhas de outras mulheres que, por qualquer razão, não queiram, ou não possam, amamentar a própria prole.
Trata-se de prática que remonta aos primórdios da Humanidade. Consta, por exemplo, de velhos textos da Babilónia com cerca de 4000 anos (Código de Hamurábi). Também na Grécia e na Roma antigas se acha documentado este tipo de procedimento, igualmente designado por amamentação cruzada.
A ama-de-leite foi figura e recurso frequente na Europa dos últimos séculos, sobretudo nas camadas sociais mais favorecidas, em que, por razões de saúde ou por mero comodismo, as mães recentes delegavam noutras mulheres, por regra mais pobres ou delas economicamente dependentes, a alimentação dos seus próprios filhos.
Como é natural, este costume acompanhou por toda a parte as nações europeias expansionistas, como Portugal e Espanha. Com a intensificação da escravatura transatlântica, de origem africana, a amamentação cruzada conheceu patamares antes insuspeitados.
A razão é evidente: passavam a estar disponíveis em abundância, nas parcelas coloniais das nações europeias, milhares de jovens negras sadias e produtoras de um leite que, segundo se pensava então, era mais rico e fortificante do que o das parturientes brancas.
Este hábito enraizou-se no Brasil e por toda a América escravocrata. Tornou-se comum, nas casas senhoriais, entregar a responsabilidade da aleitação dos bebés brancos às jovens escravas que tivessem sido mães recentemente.
Por vezes era permitido a estas amas-de-leite que alimentassem, simultaneamente, o seu filho. Noutras ocasiões, porventura maioritárias, as coisas não se passavam assim: o aleitamento da criança negra era confiado a outras escravas enquanto a sua mãe se mudava para a casa grande para alimentar o filho ou a filha dos senhores.
Às vezes a solução podia ser mais desumana, quando a criança negra era encaminhada para a Roda dos Expostos, perdendo todo o vínculo com a progenitora. Era este o lado mais triste e trágico desta prática.
Voz: Paulo de Carvalho (Portugal)
Poema: Alda Lara (Angola)
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"Mãe Preta" |
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
quarta-feira, 31 de maio de 2023
O Grande Folclore do Brasil - "Ai que saudade daqueles cateretê..."
“O cateretê é uma dança e um ritmo típico paulista muito antigo, conhecida em vários estados: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. E recebe vários nomes: catira, xiba ou chiba na cultura caiçara, dependendo da região, sendo sub-gênero do fandango.
Alguns estudos mostram que o cateretê tem sua origem na influência indígena, sendo originalmente de caráter religioso, e foi aproveitado pelo fundador da capital de São Paulo, o padre José de Anchieta na catequese dos índios.
O padre, bem esperto, traduziu para o tupi alguns textos católicos para que os índios cantassem enquanto dançavam. Tal ritmo popularizou-se entre os bandeirantes paulistas, e posteriormente entre os tropeiros, sendo levado e popularizado em diversos estados que pertenciam ao território da Paulistânia.
A dança varia em cada região, mas geralmente é assim: em duas fileiras, acompanhada por palmas e sapateados no ritmo da música, formando um bonito conjunto. As melodias são cantadas pelos violeiros.
Em alguns estados, apenas os homens fazem a coreografia. Tal tradição pode ser explicada pelo fato de só existirem homens nos desbravamentos de bandeirantes e tropeiros.” (*)
Inezita Barroso - Cateretê:
Letra:
Cateretê que eu gostava de dançá
No terreiro da fazenda quando tinha um luá
Cateretê que eu gostava de dançá
No terreiro da fazenda quando tinha um luá
Nem da cobra cascavé
Nem garrucha de dois cano
Na mão de uma muié
Fervia o cateretê inté o raiá da madrugada
Anssim dizia um caboclo, eu sou lá de Monte Mor
Com a viola num desafio, minha gente
Eu sempre levo a mió
Dançado em noite de Lua no sítio do Perequê
Saudade faz má pra gente, faz um caboclo sofrê
Mas quem não sentir saudade, minha gente
Não vale a pena vivê
Saudade faz má pra gente, faz um caboclo sofrê
Mas quem não sentir saudade, minha gente
Não vale a pena vivê
Em noite de Lua cheia no sítio do Perequê
Ando roxa de saudade dançá um cateretê
Em noite de Lua cheia no sítio do Perequê
sábado, 29 de abril de 2023
Homenagem a Carmen Miranda, uma portuguesa brasileiríssima...
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
segunda-feira, 31 de outubro de 2022
Os eleitores decidiram o regresso de Lula da Silva - Brasil Venceu!
Lula da Silva foi a escolha da maioria do povo brasileiro.
Os seus trabalhos serão, porém, ciclópicos, depois do pesadelo dos últimos quatro anos.
Agora há que tratar:
Da recuperação das regras de vivência democrática.
Da economia do país.
Da educação.
Da Amazónia (pulmão do mundo).
Dos índios.
Dos pobres.
Da fome (um dos maiores produtores de bens alimentares tem cerca de um terço da sua população com fome).
Da corrupção.
Da segurança de pessoas e bens.
Da proliferação armamentista.
Da neutralidade do sistema judicial, impedindo que este eleja e persiga cidadãos por razões puramente ideológicas e políticas.
Da recuperação do prestígio e do peso internacional do país (enxovalhado e menorizado nos últimos tempos como se fosse aquilo que, de facto, não é e não merece ser - uma república das bananas).
Da eliminação dos ódios criminosamente semeados e adubados por quem deveria ter tido como primeira prioridade a união de todos os cidadãos, independentemente das ideias e das escolhas de cada um.
Viva o Brasil!