Pequenas e grandes histórias da História e mensagens mais ou menos amenas sobre vidas, causas, culturas, quotidianos, pensamentos, experiências, mundo...
quinta-feira, 7 de julho de 2022
A Dama de Elche (Espanha) - Um belo enigma ibérico
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
Quando Portugal se libertou novamente de Espanha - 1.º de Dezembro de 1640 - Foi há 381 anos...
![]() |
Estátua de D. João IV em Vila Viçosa, Alentejo, Portugal
|
![]() |
Filipe IV, rei de Espanha. Nasceu em 1605 e faleceu em 1665. Ocupava o trono espanhol em 1640.
|
![]() |
Margarida de Sabóia, duquesa de Mântua. Era prima do rei de Espanha, Filipe IV. Exercia as funções de vice-rainha de Portugal no momento da restauração da independência.
|
Como “governadores”, para gerirem os negócios públicos até à chegada do novo rei, foram escolhidos o arcebispo de Lisboa, D. Rodrigo da Cunha, o de Braga, D. Sebastião de Matos de Noronha, e o visconde de Vila Nova de Cerveira, D. Lourenço de Lima. D. João IV entrou em Lisboa a 6 de Dezembro, cessando nesta data as funções dos “governadores”.
![]() |
Morte de Miguel de Vasconcelos |
Todo o reinado (1640-56) foi orientado por prioridades.
![]() |
Batalha de Montes Claros (1665), entre Portugueses e Espanhóis, inserida na chamada Guerra da Restauração.
|
quinta-feira, 24 de junho de 2021
Foram ontem libertados os presos políticos da Catalunha (Catalunya)
Claro que eram presos políticos, como - lembrando o caso português - se escreveu aqui. Porém, ainda que fora da prisão, continuarão com os direitos cívicos e políticos gravemente limitados.
quarta-feira, 14 de abril de 2021
Recordando tempos de D. João VI, rei de Portugal e do Brasil (4) - A infância de Carlota Joaquina, esposa do monarca (2.ª parte)
(Continuação daqui)
Resumo:
Casamento em Portugal - Meninas-crianças não dormem com os maridos - A corte dos velhos - Um diabinho à solta no palácio - Crime e castigo com um jumento à mistura - Rainha e nora em alegre convívio - Tragédia da rainha doida - Finalmente o "ajuntamento" do Príncipe e da Princesa do Brasil
![]() |
Carlota Joaquina |
Atendendo à idade da noiva (dez anos), a consumação do matrimónio (ou seja, o ajuntamento de D. João e de D. Carlota, como então se dizia) ficou naturalmente adiada até que ela reunisse condições fisiológicas para tal.
Durante o tempo de espera, D. João, que contava dezoito anos quando Carlota chegou, foi para ela uma espécie de irmão mais velho. O futuro rei (que, na altura, nem sonhava poder vir a sê-lo) simpatizou com a pequena esposa, achando-a espertíssima e intelectualmente precoce. Dava longos passeios com ela e, à noite, entre outros passatempos, jogavam às cartas ("ao burro", como ele deixou escrito).
Mas Carlota, que provinha de um ambiente onde podia conviver com outras crianças, tinha vindo parar a uma corte exclusivamente composta de gente crescida e - sob o ponto de vista da recém-chegada - na maior parte envelhecida.
![]() |
Carlota Joaquina |
sábado, 10 de abril de 2021
Recordando tempos de D. João VI, rei de Portugal e do Brasil (3) - A infância de Carlota Joaquina, esposa do monarca (1.ª parte)
![]() |
Carlota Joaquina aos 10 anos, pouco antes de viajar para Portugal. |
Nessa altura, o rei de Espanha era ainda Carlos III, avô de Carlota, e diz-se que era ela a sua neta preferida. À morte do soberano (1788), o príncipe das Astúrias subiria ao trono como Carlos IV.
![]() |
Palácio de Aranjuez, a meia centena de km de Madrid. Aqui nasceu Carlota Joaquina, em 25 de Abril de 1775. ........... Jean-Baptiste Lully (Le Bourgeois Gentilhomme) (Marche pour la Cérémonie des Turcs) |
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
A democracia de Espanha no fio da navalha (Golpe militar de 23-Fevereiro-1981)
Pelas seis horas e vinte e três minutos da tarde, no dia 23 de Fevereiro de 1981 (completam-se hoje, precisamente, 40 anos), o tenente-coronel Antonio Tejero Molina, à testa de duas centenas de guardas civis, irrompeu de pistola em punho no Congresso dos Deputados de Espanha, em Madrid, e, de mão esquerda erguida num gesto teatralmente imperioso, ordenou que os presentes se atirassem imediatamente para o chão.
A maioria obedeceu, escondendo-se por trás das cadeiras em que assistiam à sessão daquele dia. As excepções foram muito poucas e, por isso, mais honrosas.
O que estava em curso com aquela inopinada invasão era uma tentativa (mais uma) de subversão da ordem constitucional há poucos anos implantada no país.
Francisco Franco, vencedor da Guerra Civil (1936-1939), morrera em Novembro de 1975, depois de ter governado a Espanha, com mão rija e implacável, durante perto de quatro décadas.
Deixara expressamente como sucessor, a título de rei, Juan Carlos I. Na mente do velho ditador, como na de muitos dos seus seguidores, o novo soberano - criado e educado dentro do regime, sob apertada vigilância - seria o melhor garante da sobrevivência do franquismo após o desaparecimento físico do seu criador.
Todavia, e ainda que as Forças Armadas e o aparelho do Estado continuassem a contar, ao mais alto nível, com elevado número de simpatizantes e saudosos de Franco, as coisas não se passaram como este havia planeado.
Os partidos políticos foram legalizados (incluindo o Partido Comunista), houve eleições legislativas (1977) e, por referendo popular, em Dezembro de 1978, a Espanha teve finalmente a sua Constituição democrática (que contemplava a monarquia parlamentar e abria caminho às autonomias das diversas regiões do país).
Franquista até à medula, impulsivo e adepto de intervenções violentas, já tinha estado anteriormente implicado numa tentativa de golpe que lhe valera uns meses de prisão.
Mal saiu da cadeia regressou à actividade conspirativa, a qual haveria de culminar com esta invasão do Palacio de las Cortes e com o sequestro dos deputados e ministros ali presentes.
![]() |
O rei Juan Carlos I fala aos espanhóis ao princípio da madrugada de 24 de Fevereiro de 1981. O golpe militar tinha falhado. |
![]() |
Tejero Molina, há pouco mais de um ano (Outubro de 2019), no cemitério de Mingorrubio onde Francisco Franco foi inumado após ter sido retirado da sua sepultura no Vale dos Caídos. |