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sábado, 31 de maio de 2025

Händel - ("A Chegada da Rainha de Sabá") ("The Arrival of the Queen of Sheba")

 

Salomão e a rainha de Sabá (Pintura de Giovanni de Min, 1786-1859)


Georg Friedrich Händel, compositor alemão.

Nasceu em Halle an der Saale (Brandemburgo - Prússia) no dia 23 de Fevereiro de 1685 e faleceu em Londres a 14 de Abril de 1759.

Naturalizou-se cidadão britânico em 1726.

Exímio instrumentista e com grande facilidade em compor, produziu mais de 600 obras - entre óperas, oratórios e música instrumental. É considerado um dos grandes mestres do Barroco musical europeu.

Oiça, abaixo, A Chegada da Rainha de Sabá (The Arrival of the Queen of Sheba) segundo várias interpretações:



(1) - Tafelmusik Baroque Orchestra:




(2) Novas Brass Ensemble




(3) Markus SüB



(4) Leszek Furman e Jan Kwaśnicki


(5) Amethyst Quartet:




Georg Friedrich Händel (1685-1759)

sábado, 26 de agosto de 2023

"Lili Marleen"

 


Lili Marleen é uma canção de amor alemã que se tornou popular durante a Segunda Guerra Mundial entre as tropas do Eixo e dos Aliados.

O poema data de 1915.

A música foi gravada em 1939 por Lale Andersen, com o título "Das Mädchen unter der Lanterne".


(I)



(II)



(III)


(IV)


quarta-feira, 29 de março de 2023

"O Crepúsculo dos Deuses" (Richard Wagner)



Inspirando-se na mitologia germânica e escandinava, o compositor alemão Richard Wagner (1813-1883) escreveu, entre 1848 e 1874, o libreto e a música de um ciclo de 4 óperas - denominado O Anel do Nibelungo.

As óperas que integram O Anel do Nibelungo são:

1.ª O Ouro do Reno   [Das Rheingold]
2.ª A Valquíria          [Die Walküre]
3.ª Siegfried             [Siegfried]
4.ª O Crepúsculo dos Deuses  [Götterdämmerung]

A interpretação que abaixo se apresenta (Morte de Siegfried e Marcha Fúnebre) pertence à 4.ª ópera do ciclo (O Crepúsculo dos Deuses).

Trata-se, porventura, da peça mais forte e apelativa da música de Wagner, com uma sublime combinação de cordas e metais.

A orquestra é a Filarmónica de Londres e o maestro é o também alemão Klaus Tennstedt (1926-1998).



……….

Se quiser ouvir uma peça famosa da 2.ª ópera (A Valquíria) clique aqui) 


Se quiser saber mais de O Anel do Nibelungo, clique aqui.

quarta-feira, 8 de março de 2023

Johannes Brahms - Danças Húngaras (n.º 5 e n.º 6)

Johannes Brahms
Nasceu em Hamburgo, Alemanha, no ano de 1833.
Faleceu em Viena de Áustria em 1897.
Saiba mais sobre ele -
 aqui.

A interpretação é da Orquestra Sinfónica Juvenil da Polónia.
Maestro: Maciej Tomasiewicz.
O vídeo começa com a Dança Húngara n.º 5.
A Dança n.º 6 principia aos 2' 53".


sábado, 13 de agosto de 2022

Uma Burla Fantástica: Os "Diários Secretos de Hitler"

 

À direita: capa da revista Stern, de 25 de Abril de 1983,
com a manchete explosiva: "Descobertos os Diários de Hitler"


Gerd Heidemann, nascido em 1931, foi um repórter da revista alemã Stern, para a qual trabalhou durante mais de 30 anos. Uma das suas ocupações favoritas consistia no estudo afincado do regime nazi, que dominou a Alemanha de 1933 a 1945.

Na década de 1970, Heidemann vendeu uma casa que possuía em Hamburgo e, com o dinheiro recebido, adquiriu um iate, o Carin II, outrora pertencente a Hermann Göering, poderoso número 2 de Adolf Hitler.

Por essa altura conheceu Edda, a filha de Göering, e com ela iniciou uma relação sentimental que duraria cinco anos. O casal organizou no Carin II alguns eventos sociais, aos quais compareciam, entre outras figuras, algumas testemunhas oculares de importantes episódios do III Reich. Os generais da SS Karl Wolff e Wilhelm Mohnke, por exemplo, estiveram entre os convidados. Mohnke, recorde-se, participou na derradeira defesa de Berlim, tendo comandado a resistência nas imediações do "bunker" de Hitler quando o Exército Russo já apertava o cerco final.

Gerd Heidemann com o seu iate "Carin II"

Foi através de um dos antigos oficiais nazis que Heidemann conheceu, nos começos de 1981, Konrad Kujau, nascido em 1938, exótica personagem que ganhava a vida vendendo recordações do III Reich numa loja de Estugarda.

Um dia, Kujau contou ao repórter da Stern uma estranha e surpreendente história. Um seu irmão, oficial do Exército da Alemanha Oriental, tivera acesso aos diários manuscritos de Adolfo Hitler e conseguira fazê-los passar para a Alemanha Ocidental. Agora, pretendia vendê-los por bom preço, tendo Kujau como intermediário.

Konrad Kujau e um dos 62 volumes

Nunca antes se ouvira falar de tais diários. Mas Kujau forneceu uma explicação. Nos derradeiros dias de Abril de 1945, pouco antes do suicídio do ditador alemão (ocorrido a 30 desse mês), os diários tinham sido apressadamente metidos, com outros pertences pessoais do chanceler, num dos últimos aviões que conseguiram sair da capital germânica. O objectivo era fazê-los chegar a Berchtesgaden, nos Alpes Bávaros - onde Hitler mandara edificar o seu refúgio particular -, colocando-os aí a bom recato.

As coisas, todavia, não correram como havia sido planeado. O avião acabou por despenhar-se nas proximidades de Dresden, tendo sobrevivido apenas um dos passageiros. Acorrera então um agricultor local, que conseguiu salvar parte da carga, incluindo os diários de Hitler - nada mais nada menos do que 62 volumes encadernados em couro artificial preto.
Esta preciosidade tinha ficado escondida durante anos, até chegar às mãos do actual proprietário - o irmão de Kujau.


Gerd Heidemann exibe também um dos volumes dos diários


Gerd Heidemann tomou como boa a história do seu interlocutor. E não mais descansou até conseguir convencer os seus patrões da Stern de que valia a pena um considerável esforço financeiro para obterem e publicarem os ambicionados diários.

Foi assim que 9,3 milhões de marcos mudaram repentinamente de mãos. Depois, no dia 25 de Abril de 1983, a capa da Stern surgiu com uma manchete explosiva: tinham sido finalmente descobertos os diários secretos do ditador alemão!

No interior da publicação, mais de 40 páginas de extractos constituíam o prato forte de um artigo em que se anunciavam, para os próximos 18 meses, mais 27 publicações sobre o mesmo tema.

A revista não tinha dúvidas de que, face ao caudal e à natureza da informação assim alcançada, a biografia do ditador nazi teria de ser forçosamente reescrita. Com isso, a história da Alemanha nazi adquiriria novos e inesperados contornos.


Hugh Trevor-Roper (esquerda) e Gerhard Weinberg (direita)

Na conferência de imprensa efectuada nesse dia na sede da revista, em Hamburgo, Gerd Heidemann pôde ufanar-se do seu feito. E Peter Koch, o editor-chefe, dissertou largamente sobre o triunfo da Stern. Revelou, entre outros pormenores, que, sem que alguém suspeitasse, Adolf Hitler tinha escrito diligentemente os seus diários à mão, desde 1932 até umas poucas semanas antes do suicídio no "bunker".

Em matéria de tal melindre, a Stern procurou acautelar-se com algumas opiniões de peso. E obteve-as da parte de Hugh Trevor-Roper, historiador britânico, e de Gerhard Weinberg, americano da Universidade da Carolina do Norte. Após uma consulta breve dos volumes em causa, ambos afirmaram que os consideravam genuínos.

As cautelas eram mais do que justificadas, face ao interesse que o assunto logo despertou por toda a parte, designadamente entre alguns prestigiados representantes da imprensa mundial.

Por exemplo, o Sunday Times, de Londres, pagou o equivalente a 400 000 dólares pelos direitos de publicação na Grã-Bretanha e na Commonwealth. A Paris Match, de França, e a Panorama, de Itália, dispuseram-se a publicar os diários.

A americana Newsweek apresentou um artigo extenso sobre a matéria, embora tenha hesitado em adquirir os direitos de publicação. Entre outras razões, porque achava indispensável uma autenticação mais segura dos volumes em causa.


Algumas das folhas apresentadas

As dúvidas sobre a autenticidade dos diários tinham sido suscitadas logo no momento da sua apresentação. O controverso historiador David Irving fez uma pergunta embaraçosa, querendo saber se fora efectuada uma análise química da tinta dos documentos para tentar datá-la. Na verdade, não fora.

Para desconforto da Stern, começaram a acumular-se as dúvidas. Como é que Hitler conseguira ocultar de todos os seus próximos, ao longo de 13 anos, que andava a escrever um diário? Por outro lado, sabia-se que ele não gostava de escrever, optando por ditar os seus textos a dactilógrafas. Nas raras ocasiões em que escrevia, utilizava preferentemente o lápis. Acresce que, a partir de certa altura, padecia de violentas tremuras nas mãos, o que o teria com certeza impedido de produzir manuscritos tão cuidados.

Perante o coro crescente de dúvidas e desconfianças, Trevor-Roper e Gerhard Weinberg começaram a vacilar nas suas opiniões. O primeiro chegou a dizer que o melhor era considerar que os documentos eram forjados "até prova em contrário". Weinberg, por seu turno, sugeriu à Stern que recorresse a grafólogos e que permitisse aos historiadores um exame integral dos 62 volumes dos diários.

O escândalo começou a ganhar enormes proporções. Um grafólogo americano, contratado pela Newsweek, analisou em Nova Iorque dois dos volumes e concluiu estar-se perante falsificações - ainda por cima "más falsificações".

Na Alemanha, exames técnicos rigorosos provaram que o papel e a tinta dos diários, a cola das encadernações, as capas de couro artificial e as fitas vermelhas com selos de lacre de alguns volumes datavam inequivocamente de um período posterior à 2.ª Guerra Mundial.

Foi mesmo possível demonstrar que o autor da falsificação seguira fielmente, nos seus textos, uma obra de Max Domarus - Hitler: Discursos e Proclamações, 1932-1945. Até os erros de Domarus se achavam transpostos para os famosos diários.

Já não restava qualquer dúvida: a Stern caíra numa burla fantástica e o seu prestígio ficaria abalado durante décadas. Os seus empregados, indignados com o caso, fizeram uma greve de zelo. Peter Koch pediu a demissão. Gerd Heidemann acabou despedido. E Henri Nannen, editor, proclamou: "temos razão para nos envergonharmos".


Kujau com a famosa capa da Stern. À direita, os livros de Max Domarus que lhe serviram de guião para os diários.

As investigações posteriores conduziram rapidamente ao laborioso falsificador - o exótico Konrad Kujau. Ele confessou tudo, procurando - e conseguindo - implicar Gerd Heidemann no golpe. O repórter defendeu-se dizendo que tinha sido ludibriado, mas a verdade é que se havia locupletado, a título de comissão, com um milhão e meio de marcos (do total de 9,3 milhões pagos pela Stern).

Em 1985, após um mediático julgamento que se arrastou por dois anos, foram ambos considerados culpados de fraude. Kujau foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão. Heidemann sofreu uma pena um pouco superior (mais dois meses de prisão).

Quando recuperou a liberdade, Kujau dedicou-se ao que melhor sabia fazer: falsificações. Mas, desta vez, procurou não infringir a lei. Passou a reproduzir e a vender quadros de pintores famosos, como Van Gogh, Rembrandt e Monet, entre outros. Assinava cada um dos quadros de duas maneiras: com a sua firma pessoal e com a do artista original. A sua obra  tornou-se tão famosa que - ironia suprema - começaram a surgir no mercado "falsificações das suas próprias falsificações".

Faleceu no ano de 2000.

Quanto a Gerd Heidemann, continuou incansavelmente a reafirmar a sua inocência.



Recentemente  (15 de Setembro de 2018) a Stern organizou uma exposição, na sua sede em Hamburgo, com sete dos 62 falsos diários de Hitler. Foram igualmente mostrados alguns objectos relacionados com o escândalo, como o ferro de engomar que Kujau utilizou para "envelhecer" o papel.

O chefe de redacção da revista, Christian Krug, afirmou: "estamos a expor a nossa maior ferida". O vice-chefe, Thomas Ammann, disse que o caso dos diários hitlerianos foi "a mãe de todas as fake news".

Alguns diários, anteriormente doados pela Stern a museus e instituições científicas, já tinham sido expostos ao público. Mas esta foi a primeira vez em que a própria revista o fez. Krug adiantou que os exemplares ainda na posse da Stern serão doravante expostos em eventos especiais.





quarta-feira, 4 de maio de 2022

Händel - Suite para cravo n.º 4 ("Sarabande")





Georg Friedrich Händel, compositor alemão.

Nasceu em Halle an der Saale (Brandemburgo - Prússia) no dia 23 de Fevereiro de 1685 e faleceu em Londres a 14 de Abril de 1759.

Naturalizou-se cidadão britânico em 1726.

Exímio instrumentista e com grande facilidade em compor, produziu mais de 600 obras - entre óperas, oratórios e música instrumental. É considerado um dos grandes mestres do Barroco musical europeu.

Oiça abaixo a sua Suite para cravo n.º 4 ("Sarabande"):





A Rússia está a cometer crimes de guerra na Ucrânia.

Россия совершает военные преступления в Украине.

Russos: lutem pela democracia no vosso país!

Русские: боритесь за демократию в своей стране!


Russos: derrubem, prendam e julguem Putin!

Русские: свергнуть, арестовать и судить Путина!


Viva a Ucrânia Livre e Independente!

да здравствует украина Свободный и независимый!

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

A 1.ª Guerra Mundial terminou há 103 anos. E deixou a semente da Guerra de Hitler...

 


Começou em 28 de Julho de 1914 e terminou a 11 de Novembro de 1918. O gatilho seria o assassínio, em Sarajevo, do herdeiro do trono austro-húngaro, arquiduque Francisco Fernando, no dia 28 de Junho de 1914 (representação acima).

De um lado estavam os Aliados (Reino Unido, França, Rússia), a que outros se juntariam mais tarde, como, por exemplo, os Estados Unidos e Portugal.

No outro campo combatiam os Impérios Centrais (Alemanha, Áustria-Hungria), a que se agregariam a Turquia, a Bulgária e outros.

A Alemanha rendeu-se a 11 de Novembro de 1918, depois de Turquia, Bulgária e Austro-Hungria o terem feito.

O conflito provocou mais de 31 milhões de vítimas militares (entre mortos, feridos e desaparecidos), estimando-se em quase 8 milhões o número de mortes de civis.

As pesadas condições impostas à Alemanha após a guerra continham o germe da 2.ª Guerra Mundial, que Hitler e os seus nazis desencadeariam duas décadas mais tarde.



Cartaz demonizando a Alemanha
pelo começo da guerra.




Soldados atacados com gás mostarda
a caminho do hospital de campanha.




Trincheira britânica (1916)





Ataque de gás dos franceses às trincheiras alemãs




Tropas do Canadá avançam com um tanque britânico





Tropas austro-húngaras fuzilam prisioneiros sérvios




Soldados alemães filmam uma batalha




Portugal combateria na Europa e em África,
defendendo as suas colónias.
Acima, embarque de tropas para Angola.




Tratado de paz de Versalhes (1919).
Em continuidade do armistício de 11 de Novembro de 1918,
imporia pesadas condições indemnizatórias à Alemanha.
Hitler servir-se-ia disso para conquistar o poder.

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Saiba mais sobre a 1.ª Guerra Mundial aqui

Saiba mais sobre o Tratado de Versalhes (1919) - aqui

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Bertolt Brecht - A Cruz de Giz




Eu sou uma criada.
Eu tive um romance com um homem que era da SA.
Um dia, antes de ir
Ele me mostrou, sorrindo,
como fazem para prender os insatisfeitos.

Com um giz tirado do bolso do casaco
ele fez uma pequena cruz na palma da mão.
Ele contou que assim, e vestido à paisana,
anda pelas repartições de trabalho
onde os empregados fazem fila e protestam.

E protesta junto com eles,
e fazendo isso em sinal de aprovação e solidariedade
dá uma palmadinha nas costas do homem que protesta
 e este, marcado com a cruz,
é apanhado pela SA.

Nós rimos com isso.
Andei com ele um ano,
então descobri
que ele havia retirado dinheiro
da minha caderneta de poupança.

Havia dito que a guardaria para mim
pois os tempos eram incertos.
Quando lhe pedi satisfações, ele jurou
que suas intenções eram honestas.

Dizendo isso
pôs a mão em meu ombro para me acalmar.
Eu corri, aterrorizada.
Em casa
olhei as minhas costas ao espelho,
para ver se não havia uma cruz.

(Bertolt Brecht)

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Lili Marleen
(Marlen Dietrich)


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

sábado, 4 de setembro de 2021

VISITA AO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DE RAVENSBRÜCK, NO NORTE DA ALEMANHA (Conclusão da postagem anterior, de 1 de Setembro de 2021)



Mozart - Requiem - Lacrimosa
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(Reveja aqui)

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CHEGADA DAS MULHERES A RAVENSBRÜCK
 
"(...) Antes de todos os autocarros pararem ouviram-se gritos, berros, estalar de chicotes e os latidos de cães. Recebeu-nos um chorrilho de ordens e de insultos quando começámos a sair dos autocarros. Apareceram hostes de mulheres por entre as árvores - guardas de saia, blusa e boné, com chicotes nas mãos, algumas com cães a ganirem e a precipitarem-se para os autocarros.
 
Ao descerem dos autocarros, várias mulheres desmaiaram e as que se debruçavam para as ajudarem eram derrubadas por terra pelos cães ou chicoteadas. Não o sabiam ainda, mas uma das regras do campo de concentração era que ajudar outra prisioneira constituía uma infração. Cadela, cabra suja, põe-te de pé. Cadela preguiçosa.

Uma outra regra era que as prisioneiras tinham sempre de formar filas de cinco. Achtung, Achtung. Filas de cinco. Mãos ao lado do corpo.
 
As ordens ecoavam por entre as árvores enquanto as prisioneiras que ficavam para trás eram pontapeadas por botas militares.

Petrificadas com o terror, de olhos pregados no solo arenoso, as mulheres faziam os possíveis por não darem nas vistas. Evitavam o olhar umas das outras. Algumas gemiam. Mais um estalar de chicotes e fez-se silêncio total.

A rotina bem ensaiada da SS cumprira o seu objetivo - causar o máximo de terror no momento da chegada. Quem tivesse pensado em oferecer resistência, a partir daquele momento ficaria submissa (...)" (Nota 1)

 
 
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AS SOBREVIVENTES
 
"Muitas mulheres desatavam a chorar durante a nossa conversa. Havia muitas vezes risos. Ninguém mostrou azedume. Mas - parece-me - muitas também não perdoaram; sem dúvida, ninguém esqueceu.

Num fim de semana em memória das vítimas, encontrei-me de novo com Wanda Wojtasik. Entrevistara pela primeira vez Wanda, uma das Kaninchen polacas mais jovens, no seu apartamento em Cracóvia.

Agora, ela estava a atirar rosas para o lago em Ravensbrück. Disse-me que um dos médicos da SS, Fritz Fischer, a contactara recentemente a pedir-lhe o seu perdão. Eu disse-lhe que não havia nada que eu pudesse perdoar-lhe. Ele teria de pedir perdão a Deus." (Nota 2)
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(NOTA 1) Sarah Helm, Se Isto É Uma Mulher, Editorial Presença, Lisboa, Portugal, pág. 43.
(NOTA 2) Idem, pág. 676.
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