sexta-feira, 30 de maio de 2014

Política à Portuguesa (Seguro e o Princípio de Peter)



“(…) Seguro cumpriu o princípio da incompetência de Peter: foi o líder de transição que sempre é sacrificado entre lideranças marcantes. E, desse ponto de vista, cumpriu fielmente o papel que lhe foi destinado. Seguro ficará tanto na memória colectiva como Fernando Nogueira, o tal que sucedeu a Cavaco Silva no PSD.
Mas, como postula o princípio de Peter, Seguro não dá mais que isto.
A sua visão para o País tem a consistência de gelatina e a capacidade mediática de um pão seco.
Eu não sei se António Costa vai ser o próximo líder do PS.
Não sendo militante, a decisão não está nas minhas mãos. Mas, francamente, tenho pressa que as entranhas do PS não confundam, como tem sido hábito, deslealdades com divergências, a forma da letra com o espírito da mesma, e os interesses do País com os interesses de meia dúzia com genética de lapa, agarradinhos aos estatutos como tábua de salvação.
Mas se Seguro quiser desmentir quem clama por algo diferente, é simples: marque congresso extraordinário por sua iniciativa e olhe António Costa - e o País - nos olhos.” (*)

(*) Ana Martins, in “Económico”, Lisboa, 30-Maio-2014




domingo, 5 de janeiro de 2014

Eusébio do Benfica - Uma Lenda para a Eternidade!

Eusébio da Silva Ferreira

O melhor futebolista do Benfica e de Portugal em qualquer tempo, e um dos melhores a nível mundial, ao nível de Pelé, Maradona e Di Stéfano.

Nascido no Bairro de Mafalala, na antiga cidade de Lourenço Marques (actual Maputo), Moçambique, em 25 de Janeiro de 1942.

Falecido em Lisboa, Portugal, aos 5 de Janeiro de 2014.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Até sempre, Madiba! E obrigado.


Nelson Rolihlahla Mandela (1918-2013)

“Eu não nasci com fome de liberdade.

Nasci livre – livre de todas as formas minhas conhecidas. Livre para correr pelos campos perto da cabana da minha mãe, livre para nadar no ribeiro claro que atravessava a vila, livre para assar milho sob as estrelas e montar na garupa larga de toiros vagarosos. Enquanto obedecesse ao meu pai e respeitasse os costumes da minha tribo, não me incomodava com as leis do homem ou de Deus.

Foi só quando comecei a aperceber-me que a minha liberdade de criança era uma ilusão, quando descobri, como jovem, que a minha liberdade já me fora tirada, que comecei a ansiar por ela.

Ao princípio, quando era estudante, queria liberdade apenas para mim, as liberdades transitórias de poder ficar fora à noite, ler o que me apetecesse e ir onde quisesse. Mais tarde, jovem em Joanesburgo, ansiava pelas liberdades básicas e honradas de realizar o meu potencial, de ganhar a vida, casar e ter uma família – a liberdade de não ser obstruído na vida de acordo com a lei.

Mas, então, comecei lentamente a ver que não só não era livre, mas também os meus irmãos e as minhas irmãs não o eram. Vi que não era só a minha liberdade que era limitada, mas a liberdade de todos os que se pareciam comigo. Foi quando me inscrevi no Congresso Nacional Africano e foi quando a minha grande fome de liberdade para mim próprio se transformou na maior fome de liberdade para o meu povo.

Foi este desejo de que o meu povo tivesse a liberdade de viver a sua vida com dignidade e auto-respeito que motivou a minha vida, que transformou um jovem assustadiço numa pessoa audaz, que levou um advogado respeitador da lei a transformar-se num criminoso, que fez de um marido amigo da família um homem sem lar, que forçou um homem que amava a vida a viver como um monge.

Eu não sou nem mais virtuoso, nem mais abnegado do que qualquer outra pessoa, mas descobri que não conseguia nem sequer desfrutar das liberdades mesquinhas e limitadas que me eram permitidas, sabendo que o meu povo não era livre. A liberdade é indivisível; as cadeias que acorrentavam um só elemento do meu povo eram cadeias neles todos, as cadeias em todo o meu povo eram cadeias em mim.

Foi durante esses longos anos solitários que a minha fome de liberdade para o meu povo se transformou na fome de liberdade para todos os povos, brancos e negros. Sabia muito bem que o opressor precisava tanto de ser libertado como o oprimido. Um homem que rouba a liberdade a outro é prisioneiro do ódio, está preso por trás das grades dos preconceitos e da estreiteza de vistas. Não sou verdadeiramente livre se tiro a liberdade a alguém, da mesma forma que não sou livre quando me tiram a minha liberdade. O opressor e o oprimido são igualmente privados da sua liberdade (…).

Percorri esse longo caminho para a liberdade. Tentei não fraquejar; dei passos errados ao longo do percurso. Mas descobri o segredo: que, depois de escalar uma grande montanha, apenas se descobre que há muitas mais montanhas para subir.

Parei aqui um pouco para descansar, para deitar uma olhada à vista maravilhosa que me rodeia, para olhar para a distância de onde vim. Mas posso descansar somente por um momento, porque com a liberdade vêm as responsabilidades – e não me atrevo a demorar-me, pois a minha caminhada ainda não terminou.”

(Últimas palavras da autobiografia de um ser humano extraordinário)

Obra publicada em Portugal, no ano de 1995, por Campo das Letras - Editores, S. A., com o título:
Longo Caminho para a Liberdade – A Autobiografia de Nelson Mandela.
Recomenda-se vivamente a leitura integral deste inesquecível documento.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A Voz de Camões no Portugal Ocupado (Tempo dos Kapos)

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Oh caso grande, estranho e não cuidado!
Oh milagre claríssimo e evidente!
Oh descoberto engano inopinado!
Oh pérfida, inimiga e falsa gente!
Quem poderá do mal aparelhado
Livrar-se sem perigo, sabiamente,
Se lá de cima a Guarda Soberana
Não acudir à fraca força humana?


Bem nos mostra a Divina Providência
Destes portos a pouca segurança;
Bem claro temos visto na aparência
Que era enganada a nossa confiança,
Mas, pois saber humano nem prudência
Enganos tão fingidos não alcança,
Ó Tu, Guarda Divina, tem cuidado
De quem sem ti não pode ser guardado!
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Luís de Camões - Os Lusíadas - Canto Segundo (30, 31)
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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Quando Se Deve Demitir um Primeiro-Ministro

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“(…) A demissão de um primeiro-ministro é algo de muito sério.
Não se exige por desfastio, ao não lhe irmos com a cara ou as ideias, mas só e apenas,

Quando se torna claro que é incapaz e indigno.

Quando fica evidente que chegou ao poder através de um colossal e calculado embuste, negando o que tencionava fazer (Catroga, um dos autores do programa do PSD, revelou agora que o aumento de impostos foi rasurado do documento).

Quando anuncia medidas incendiárias num dia para as retirar semana e meia depois.

Quando todas as suas previsões - todas, sem exceção - falham sem que sequer o admita ("tenho noção da realidade", escandaliza-se ele).

Quando aumenta brutalmente os impostos e, perante o que todos menos ele e o seu Gaspar previam - a queda da receita fiscal - fala de "surpresa orçamental", para a seguir voltar a fazer o mesmo, em pior.

Quando toma medidas inconstitucionais e a seguir se queixa do tribunal que lho diz e o culpa por ter de tomar mais - e mais inconstitucionais.

Quando se recusa a aproveitar a aberta da Grécia e a renegociar o acordo com a troika, mas não se incomoda em rasgar todos os compromissos assumidos com os eleitores e se prepara para, após anunciar a venda ao desbarato de todos os ativos nacionais, trucidar até o pacto social que funda o regime.

Demite-se um primeiro-ministro quando é mais danoso para o País mantê-lo no lugar que arriscar outra solução, por fraca e incerta que pareça.

Quando cada dia que permanece no lugar para o qual foi eleito cria perigo para a comunidade.

Demite-se um primeiro-ministro
quando é preciso.

É preciso."
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Fernanda Câncio – Obviamente, in Diário de Notícias, Lisboa , Portugal, 30-Novembro-2012.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Notícias da Guerra na Europa (A Visita da Chanceler - Nada de Novo na Frente Ocidental)

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Erich Maria Remarque, escritor alemão, hostilizado pelo III Reich





Ângela Merkel, chanceler alemã




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Miguel Torga, poeta português

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