Pequenas e grandes histórias da História e mensagens mais ou menos amenas sobre vidas, causas, culturas, quotidianos, pensamentos, experiências, mundo...
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
Aberturas de Grandes Livros - "A Maravilhosa Viagem" (Castro Soromenho - Portugal) - REPOSIÇÃO
quarta-feira, 28 de julho de 2021
Angola, a UNITA e o MPLA nos "Jogos Africanos" de Jaime Nogueira Pinto (Um livro notável)
Embora aborde também a situação militar e política de Moçambique e da Guiné-Bissau nos derradeiros anos do domínio colonial português (que teve os dias contados após a revolução de 25 de Abril de 1974) e no período que imediatamente se lhe seguiu, Jogos Africanos, a excelente obra de Jaime Nogueira Pinto (JNP) publicada em 2008 por A Esfera dos Livros, assenta sobretudo em dois robustos pilares narrativos:
- a forte ligação do autor a Angola, “jóia da Coroa” do império, que o levaria a participar, após a independência, como conselheiro político da UNITA (de Jonas Savimbi), na guerra civil que opôs este movimento ao MPLA (de Agostinho Neto e do sucessor deste, José Eduardo dos Santos);
- e, ponto de partida para tudo o mais, o seu fascínio por África e pela
história colonial portuguesa.
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Tropas portuguesas nas guerras de África. |
A
ligação a África de JNP começou na infância, como aconteceu a tantas crianças
portuguesas da sua geração, e inaugurou-se com o acesso às histórias, reais ou
imaginárias, de militares intrépidos e de heróicos exploradores dos sertões.
Num sótão convidativo da residência familiar, na cidade do Porto, descobriu o pequeno JNP um mundo até então ignorado mas de que nunca mais se conseguiria libertar. Nas suas próprias palavras:
Foi aí, entre uma série de itinerários
africanos de viajantes portugueses do século XIX, que nos apareceram o Capelo e
o Ivens sentados numa sanzala, de chapéu colonial, carabina, pistolão e bota
alta. (…) Do mesmo armário saiu-nos o Serpa Pinto em forma de foto-desenho, de
cabelo e barbas hirsutos, no seu “Como eu atravessei África” (…) E lá vinha
outra vez o explorador, agora sob a legenda “Serpa Pinto e os seus moleques de
confiança”, sentado, armado e ladeado por dois negros com bom aspecto, também
de carabinas.
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Líderes angolanos em 1975: Da esq. para a dir. - Holden Roberto (FNLA), Jonas Savimbi (UNITA) e Agostinho Neto (MPLA) |
Contributo poderoso para a construção mental e sentimental dessa África mitificada, em grande parte apenas imaginária ou já extinta, foi a posterior leitura de “As Minas de Salomão”, de Ridder Haggard, na versão de Eça de Queiroz.
Diz JNP:
Vivi a fundo, com o Eça, este mundo das raças negras guerreiras, dos regimentos
zulus ou impis, das danças rituais, das batalhas da colina e de Lu, onde as
armas de fogo dos europeus faziam a diferença. E vivi também a morte, sempre tão
presente nesta e noutras narrativas de África. A morte à espreita no campo
aberto da savana com o leão, nos rios, com o crocodilo, na selva, com as
cobras. Ou a que vem dos homens, das setas envenenadas, das emboscadas, dos
recontros.
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Soldados da UNITA em marcha. |
O início da guerra em Angola, no ano sangrento de 1961, trouxe a JNP uma outra África: a que, irresistivelmente impulsionada pelos “ventos da História”, caminhava em passos por vezes lentos, mas seguros e imparáveis, para a libertação dos jugos coloniais.
Daí até 1974/1975, os anos do fim colonial, foram 13 anos de
guerra implacável em três frentes de combate – na Guiné-Bissau, em Moçambique e
em Angola. Em nenhuma das três frentes os portugueses foram militarmente
derrotados – a sua capitulação definitiva foi política, depois da revolução
ocorrida em Portugal no ano de 1974.
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Soldados cubanos em Angola. Ao fundo, o retrato de Agostinho Neto. |
JNP era, e continua a ser, um homem politicamente situado à direita. Mas pertence a uma direita infelizmente hoje muito rara em Portugal: intelectualizada, reflexiva e moderada, com a qual os adversários conseguem dialogar e discutir sem se desembocar em vias de facto.
Em 1974, porém, o fascínio outrora nascido naquele sótão encantado estava longe da extinção em JNP:
Era a minha segunda
África (…) Era um mito, um valor e, como todos os mitos e todos os valores,
intocável e indiscutível (…) Defender o Império, o Portugal do Minho a Timor,
era para nós, à direita, o mesmo, mas ao contrário, do que era o abandono incondicional
do Ultramar para os anticolonialistas da esquerda.
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Tropas sul-africanas em Angola. |
Isto explica, em grande parte, o que foi a insólita e anacrónica "carreira" de JNP no Exército português. Tendo-se oferecido como voluntário para Angola, quando nada o obrigaria a isso, acabou embarcado para a colónia em Julho de 1974 - isto é, depois da revolução, quando o movimento das gentes lusas era já, pelo menos em potencial, de refluxo, de abandono, de liquidação definitiva do império.
A ideia de JNP, naquela altura como sempre, era a de defender o que fosse possível defender para que a ex-“jóia da Coroa” não acabasse em mãos erradas…
Daí as manobras conspiratórias, as
alianças fugazes de última hora, os enganos e desenganos – até ao desenlace lógico, o único possível, daquela aventura: a fuga rocambolesca de Angola, pelo sul desértico,
acompanhado pela sua esposa (Maria José Nogueira Pinto), acabando tudo em
periclitantes refúgios nos territórios sob controlo dos sul-africanos.
O livro prossegue, ora em tom dramático, ora em pinceladas de irresistível humor, pelo exílio do autor e da sua família – ele, como tantos outros, já não era bem-vindo no Portugal democrático...
Depois foi a reaproximação a Angola através de uma longa ligação à UNITA, como conselheiro político, numa guerra civil que se estenderia por 26 anos (o dobro da duração da “guerra portuguesa” em África!) e que só findaria com a morte em combate de Jonas Savimbi (22 de Fevereiro de 2002).
Pelo meio fica o relato das andanças de JNP por vários países e da sua
intervenção activa no processo político em curso, designadamente os seus
contactos com alguns dos principais intervenientes no conflito, incluindo o próprio
Savimbi, na mítica (ou mitificada) cidade da Jamba, capital da resistência da
UNITA no sudeste angolano.
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Tropas da UNITA na Jamba. Ao fundo, a imagem de Jonas Savimbi. |
O livro de JNP é de muito proveitosa leitura e fornece um contributo indispensável para a compreensão da guerra civil em Angola e das intervenções armadas externas - e directas - no conflito: Cuba do lado do MPLA e África do Sul em apoio da UNITA. E explica de forma clara a evolução político-militar, a nível mundial e no contexto angolano, que levaria à saída dessas forças “exógenas” do campo de luta angolano.
Complementado, por exemplo, pela obra de Margaret Anstee, representante do Secretário-Geral da ONU em Angola (Órfão da Guerra Fria), Jogos Africanos possibilita uma visão tanto quanto possível equilibrada do que foram as eleições de 1992 (relativamente às quais Savimbi sustentou até ao fim ter existido fraude) e do quase imediato massacre em Luanda, pelas forças do MPLA, de importantes dirigentes e de milhares de simpatizantes da UNITA.
Dessas ocorrências trágicas em Luanda resultaram mais dez anos de guerra civil. Ficou claro, depois delas - não obstante os esforços de vários homens e mulheres de boa vontade e da celebração de múltiplos “acordos” MPLA/UNITA –, que o problema de Angola só seria resolúvel por uma de duas formas:
- ou através da secessão do território, com entrega de cada uma das parcelas divididas aos partidos em conflito;
- ou com o aniquilamento de uma das forças combatentes e a morte do seu chefe – como viria a suceder em 22 de Fevereiro de 2002.
Jogos Africanos, de Jaime Nogueira Pinto, torna isto tão cristalino como a água pura...
A ler e a reler.
sexta-feira, 7 de maio de 2021
Uma Cruz de Cristo entre o mar e o deserto do Namibe (Sul de Angola)...

do silvo lacerante das balas e das flechas,
da palavra trémula e anacrónica
quarta-feira, 28 de abril de 2021
Brasil - Tempos de Escravidão
Portugueses, brasileiros, britânicos, franceses, espanhóis, holandeses e americanos, entre outros, fariam depender as suas economias coloniais dos braços fortes dos homens e das mulheres de África, muito mais resistentes e rentáveis do que os dos índios.
No Brasil, os escravos destinavam-se principalmente às plantações, às minas, aos engenhos de açúcar e aos serviços domésticos. Arrebanhados pela força, detidos a contragosto, sujeitos às arbitrariedades dos donos, por vezes revoltavam-se ou fugiam, saltitando de terra em terra ou refugiando-se nos quilombos (ver aqui).
Alguns eram perseguidos, capturados e punidos. Outros, escondidos, conseguiam manter uma liberdade periclitante, sempre ameaçada. Outros mudavam de senhor e de sorte, sendo vendidos, alugados ou emprestados. E, ainda outros, conseguiam não obstante, por sua inteligência e méritos, libertar-se das cadeias da escravidão e elevar-se socialmente, alcançando posições preponderantes.
A escravidão no Brasil durou séculos, prolongando-se mesmo para além da independência nacional (1822). Oficialmente extinguiu-se pela Lei Áurea (13 de Maio de 1888), legislação importante, mas que não extirpou completamente o flagelo.
No fim de tudo, e após o excruciante sofrimento de sucessivas gerações, os homens e as mulheres de África - e os seus descendentes - tinham dado um contributo fundamental para a construção do Brasil. Fizeram-no em todos os domínios e expressões culturais, como a demografia, a música, a economia, a religiosidade, a literatura, a gastronomia, o desporto, o falar colorido e a inconfundível fisionomia nacional. Em suma, em tudo quanto fez no passado, e faz ainda hoje, a multifacetada e admirável riqueza cultural e étnica do grande e bem-amado Brasil.
Saiba mais sobre a escravidão brasileira - aqui.
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Capitão do mato, caçador de recompensas, perseguidor de escravos fugitivos |
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Mercado de escravos, no Recife |
(Jorge Ben Jor)
domingo, 28 de junho de 2020
Uma Caçada no Deserto (Moçâmedes, Sul de Angola) - 2.ª Parte
Nos Areais de Moçâmedes (II)
"O caçador olhou o céu. E lá longe, no horizonte, uns pontos negros voavam em filas: eram os abutres que se apressavam, atraídos pelo cheiro do sangue!
O tipo deste caçador e de seu irmão, que conduz o outro carro, é deveras singular. Negros, requeimados de sol, são assim como ciganos endurecidos pelo clima e pelas privações a que se sujeitam nas aventuras de caça, tendo conseguido não só uma adaptação do corpo, mas também do espírito, à vida agitada e arriscada a que permanentemente se sujeitam.
De facto, numa região onde o pasto não passa de uma ervazita rasteira, espécie de malva carnuda, como se aguenta uma vida tão persistente, de animais possantes e velozes?
Entre eles destaca-se o Morro Maluco (Cha-Malundo), cuja conformação é realmente caprichosa, recurvado como uma garra.
O sol já clareia tudo. À medida que se vai elevando, vai dando às coisas os tons que o fogo transmite aos tijolos de um forno.
A Natureza encontra-se neste instante ao rubro.
Como não há árvores nem acidentes em toda a extensão, a falta de sombras elimina a sensação de relevo e a noção das distâncias perde-se na profundidade incalculável da planura. E assim, quando surge qualquer vulto animal, são precisos olhos experimentados para o distinguir, no fundo cinzento do chão.
O animal surpreendido entra a trotar e, quando os carros se aproximam, o seu corpo listrado, de cabeça erguida e cauda tesa, inicia uma galopada elegante que nos entusiasma. Galopa velozmente, levando-nos de vencida, até galgar uma elevação, para o outro lado da qual se esconde repentinamente.
Tínhamos atingido as margens abruptas do rio Bero e os carros dificilmente foram travados na vertigem em que iam lançados.
Lá no fundo, quando atingimos a beira da rampa, a zebra trotava ainda, assustada, estacando curiosa a olhar-nos de face.
Afastada a zebra para longe, ficava em frente de nós a curiosidade de um rio absolutamente seco, cujo leito arenoso se prolongava pela trincheira funda praticada no solo.
São assim todos os rios alimentados pela vertente ocidental da Chela: durante o período das secas, nem uma gota de água lhes humedece o leito arenoso; vindas as chuvas, a água desce da serrania, às catadupas, galgando obstáculos, arrasando tudo na sua frente, como onda formidável.
E, passados dias, horas por vezes, de novo o leito é simplesmente marcado pela areia seca e movediça que foi arrastada pela enxurrada.
Animal insubmisso, todas as tentativas de domesticação têm obtido resultados pouco animadores, pois nunca no animal se conseguem anular as qualidades de braveza inata. Os próprios produtos nascidos de pais cativos mantêm a selvajaria insubmissa, e os cruzamentos com a espécie cavalar e asinina não vêm adoçadas, o que evita a sua utilização no serviço do homem.
Apenas o leão as ataca com vantagem: dos outros animais defendem-se aos couces e mesmo à dentada.
Desta forma a sua reprodução vai-se operando livremente e dia a dia crescem as manadas que galopam nas planícies africanas.
Nos momentos em que o carro pára, sente-se a fornalha do calor.
Pela extensão larga do areal, a atmosfera, ao contacto com a terra, tem vibrações ferventes e trémulas. A cor que ilumina as coisas é de um tom alaranjado incaracterístico.
As cabras agora aparecem espalhadas, pastando. O tiroteio repete-se. Tombamos duas...
Olhamo-nos uns aos outros com o sentimento da nossa brutalidade e selvajaria.
É que naquele nosso divertimento havia muito de ferocidade, que nem ao menos tinha a justificá-la a necessidade do aproveitamento da carne!
Era simplesmente o instinto primitivo de deter movimento, de destruir vida (...).
O caçador explica a razão desse facto: as atalaias dos bandos são sempre machos, e também é muito vulgar encontrar bandos enormes deles, repelidos dos rebanhos pelos seus rivais mais fortes e mais felizes.
Uma ou outra zebra desgarrada afasta-se de nós, a trote. Seguimos para o ponto de concentração.
Sobre nós voam abutres, em grandes círculos, na esperança da caça abandonada.
E logo o caçador ilustra este facto com uma narrativa impressionante.
Coisa fácil para quem não conheça bem o deserto.
Andou, andou... O calor e a sede foram-no esgotando.
Na ansiedade de se salvar, já não andava: corria desorientado! Gritava meio enlouquecido: e cada vez o cansaço o tomava mais.
Parecia que o deserto em volta, ardente e infinito, se preparava para o devorar.
O calor requeimava.
De repente sentiu o ar agitar-se frescamente em volta da sua cabeça.
Horror!
Eram os abutres, já ali, prontos para o devorar... Foge, tomba, grita, torna a tombar, esconde a face aterrada na areia escaldante, corre de novo, de braços erguidos, louco, perdido...
Um amigo explica que, sob aquele pó, deve galopar um esquadrão de zebras que nós não distinguimos.
Abrem-se os farnéis.
Não faltam os clássicos e nacionalíssimos bolos de bacalhau, afirmando que até no deserto fazemos reinar os nossos sagrados hábitos, as ternas recordações da casa e da família.
Formamos efectivamente um grupo curioso e heterogéneo, mas igualmente infiltrado da maneira de ser da nossa terra.
Somos de todas as categorias, desde os caçadores enegrecidos pelo deserto, como se fossem berberes, aos diletantes que vieram atraídos pelo sonho da acção.
E, apesar de tudo, aquele grupo, aconchegado ao rochedo nu, pensa, sente com a mentalidade de Portugal e ri as boas gargalhadas salutares da nossa gente.
Junto do Pico do Azevedo já fica um montão de carne morta, que recolheremos no regresso.
Não falta a lebre ligeira e abunda uma variedade de codornizes patorras, duma mansidão impressionante, confiando imbecilmente na fera bípede que está junto delas.
O caçador esperou que os animaizinhos tomassem uma disposição conveniente e tombou quatro de um tiro.
À ilharga dos animais adultos marchavam poldros pequenos, alguns certamente com poucos dias ainda. Não são elegantes: lembram os desenhos que o homem primitivo gravava nos chifres das renas, com aquele mesmo lançamento no galope, as mesmas cabeças exageradamente grandes em relação ao corpo e a mesma disposição em fila.
O escrúpulo do sangue deteve-nos, deixando passar em paz a récua enorme, que desfilava na nossa frente.
E quando caminhávamos à cata de novas sensações, um espectáculo inesperado surgiu em frente dos nossos olhos.
A superfície lisa reproduzia as imagens do horizonte com a precisão admirável de um espelho.
Os caçadores riam perante a nossa ilusão: o que estava em frente era um fenómeno de miragem, repetindo invertidas as imagens do horizonte, por efeito da refracção dos raios luminosos através das camadas aéreas desigualmente aquecidas e, portanto, desigualmente densas.
Era a água tal e qual, ali a dois passos, estendida num lençol de tentadora limpidez.
As cabras surgiam de todos os lados, às centenas, numa abundância e numa impassibilidade inacreditáveis!
Na nossa frente desloca-se, na profundidade e na largura do areal, um número tal de animais, que em nós abrandou a vontade de caçar, encantados com o espectáculo de tanta vida saltando, galopando, vivendo ao nosso alcance!
O que está diante dos nossos olhos é de tal forma maravilhoso que só pode ser acreditado por aqueles que já o gozaram.
Eu, pela minha parte, só conhecia coisa parecida criada pela imaginação de Flaubert na Lenda de S. João Hospitaleiro e recusar-me-ia a crer que a Natureza o pudesse reproduzir e demais em condições tão extraordinárias.
(...) Já ninguém queria matar, banalizado o prazer da caça pela profusão das reses e pela facilidade de as alcançar.
Todos sentíamos um começo de fadiga, não corporal, mas um vago aborrecimento e remorso de tanta morte inútil, de tanta dor causada em vão. Para quê mais mortes, para quê mais dor? (...)
Acesas as lanternas, a paisagem toma de novo aspectos de uma irrealidade macabra (...)
Francamente: éramos dignos de um castigo severo, bárbaros que andavam um dia inteiro a matar, para largarem as vítimas no meio dos areais, às portas de uma cidade civilizada, para pasto da sórdida quimalanca, que durante a noite viria rasteiramente, covardemente, banquetear-se com a carne fria que o homem destruíra e depois abandonara!"
(Fonte: Gastão de Sousa Dias - "África Portentosa" - Seara Nova - 1928 - Lisboa)
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Ruy Mingas
("Minha Terra")