Pequenas e grandes histórias da História e mensagens mais ou menos amenas sobre vidas, causas, culturas, quotidianos, pensamentos, experiências, mundo...
segunda-feira, 30 de novembro de 2020
O CORO ("Boychoir") - Um filme que vale a pena ver...
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
Waris Dirie - É urgente acabar com a criminosa barbaridade da mutilação genital feminina!
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Oiça abaixo o que ela disse:
Tradução:
terça-feira, 24 de novembro de 2020
sábado, 21 de novembro de 2020
Alexandre Quintanilha - Viva quem sabe e, sobretudo, quem sabe ensinar assim...
... A Terra dos primórdios com cheiro a ovos podres, o oxigénio, o envelhecimento, o lixo das manchas de pele e (tenham medo, mas mesmo muitíssimo medo...) os dois terços das células do nosso corpo que não são humanas.
Nove minutos de erudição tranquila e despretensiosa, servida por uma capacidade de comunicação que nos faz ganhar o dia...
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
A luta contra o coronavírus em Portugal - Os cumpridores e os destravados mentais...
Portugal enfrenta, nos dias sombrios que vão passando, a mortífera segunda vaga da pandemia trazida pelo famigerado coronavírus. Sucedem-se, por isso, e muito bem, as medidas de segurança e contenção que a prudência, o bom-senso e a gravidade do caso impõem. Registam-se em paralelo os apelos, designadamente do Primeiro-Ministro, para que todos as cumpram na medida das suas possibilidades. E, para moralizar as tropas ainda nas primeiras horas da batalha, António Costa até já veio enaltecer a exemplaridade do comportamento geral.
O PM tem porventura
razão em elogiar a esmagadora maioria dos cidadãos e cidadãs do país. Mas, para além desses, subsiste a perigosíssima franja dos incumpridores, espécie de destravados mentais ou de
sociopatas em potência, que teimam em assumir-se, de peito feito e boca
destapada, como os maiores aliados da propagação do vírus. Todos os podemos ver por aí,
boçalmente ousados numa inconsciência que pode tornar-se assassina. É preciso agir, e agir depressa e eficazmente, em relação a tais comportamentos.
A este propósito, a excelente senhora que escreve no blogue Um Jeito Manso ofereceu-nos um texto – no seu habitual estilo desempoeirado, acutilante e inteligente – que não só ilustra a
situação como mostra o caminho a seguir.
Podem ler o texto aqui.
Quanah Parker - Grande Chefe Comanche, filho da americana Cynthia Ann
terça-feira, 17 de novembro de 2020
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
Mais Blues - Merline Johnson
Uma das vozes mais poderosas do blues norte-americano. Mudou-se para Chicago na década de 1930 e o sucesso não tardou.
I - Got a Man in the 'Bama Mine
II - Love With a Feeling
III - Bad Whiskey Blues
sábado, 14 de novembro de 2020
A última carta de Maria Antonieta, rainha da França, escrita na prisão (1793) - 2.ª e Última Parte
(Conclusão da postagem de ontem - aqui)
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Maria Antonieta na prisão da Conciergerie, aos 37 anos. Abatida, cabelos embranquecidos, prematuramente envelhecida. |
"É a ti, minha querida irmã, que escrevo pela última vez.
Acabo de ser condenada, não a uma morte vergonhosa, que só o é para os criminosos, mas para me ir juntar a teu irmão.
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Maria Antonieta nos tempos áureos. Está acompanhada por três dos seus quatro filhos (Maria Teresa, Luís Carlos e Luís José). Falta apenas Sofia, que faleceu com 11 meses de idade. |
Nota final
Esta derradeira carta de Maria Antonieta faz sobressair um perfil bastante diverso daquele que lhe foi sendo criado pela propaganda revolucionária e por alguns elementos da sua própria família (do lado francês), atribuindo-lhe comportamentos que nunca teve e frases que jamais disse. E demonstra a força inesperada de um carácter que, na sua miséria e por entre humilhações cruéis, ela tudo fez para manter nas últimas horas que viveu.
Fustigada por emoções brutais que, alterando-lhe o processo fisiológico normal, lhe provocaram grandes perdas de sangue durante a madrugada, ela achava-se em grave estado de fraqueza quando amanheceu. Não obstante, ingeriu apenas uma pequena porção do caldo que lhe foi levado pela criada do carcereiro. Foi também esta criada que, colocando-se à sua frente, permitiu que ela se lavasse e vestisse com algum decoro, protegida da curiosidade morbidamente ofensiva dos guardas ali presentes.
Estando carregada de luto pela morte do seu marido, executado havia nove meses, proibiram-na de que assim continuasse, pois isso poderia "irritar o povo". Ela envergou então o vestido branco com que enfrentaria a morte. Mandaram-lhe depois um padre, Girard, o qual, para se salvar dos furores revolucionários, tinha oportunamente jurado fidelidade à República: por isso, Maria Antonieta não só recusou confessar-se-lhe como dispensou todo o conforto espiritual que ele pretendesse oferecer-lhe. Quando Girard lhe perguntou se ao menos o deixava acompanhá-la até ao cadafalso, ela retorquiu-lhe que fizesse como entendesse. E ele optou por seguir com ela.
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Túmulos e memorial de Luís XVI e de Maria Antonieta. Basílica de Saint-Denis, Paris, França. |
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
A última carta de Maria Antonieta, rainha da França, escrita na prisão (1793) - 1.ª Parte
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Maria Antonieta (1755-1793) |
Maria Antonieta, arquiduquesa da Áustria, foi filha de Francisco I, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, e da esposa deste, Maria Teresa.
Aos 14 anos de idade casou com o delfim de França, Luís Augusto (futuro Luís XVI), e com este subiu ao trono do reino gaulês em 1774 (após a morte de Luís XV, avô do novo monarca). O pai de Luís XVI, Luís Fernando, nunca chegou a reinar, pois faleceu em 1765.
A revolução francesa (1789 - ver aqui) reservou ao casal um destino trágico e brutal. Após um período de prisão e de humilhações, Luís XVI foi guilhotinado em 21 de Janeiro de 1793.
Maria Antonieta sobreviveria alguns meses ao marido. Depois de um julgamento que foi uma farsa, no qual se confrontou com tortuosas difamações e foi alvo de falsas acusações - que nem sequer respeitaram a sua vida íntima -, sofreu destino idêntico ao do marido, sendo executada na guilhotina em 16 de Outubro daquele mesmo ano de 1793. Contava 37 anos.
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Luís XVI (1754-1793) |
O casal teve quatro filhos, dos quais apenas Maria Teresa sobreviveu até à vida adulta, tendo falecido em 1851, com 72 anos.
Luís José (1781-1789), Maria Sofia (1786-1787) e Luís Carlos (1785-1795) faleceram todos na infância. Este último, que, sem a revolução, teria sido o rei Luís XVII de França, foi separado da mãe na prisão mas continuou enclausurado. Após um resto de vida de maus tratos, acabou por morrer no cárcere em 1795.
Na sua última madrugada na prisão, escassas horas antes de ser conduzida pelas ruas de Paris até à guilhotina, Maria Antonieta rogou que lhe facultassem papel e tinta para escrever as derradeiras linhas. Dirigiu-as à sua cunhada Isabel, irmã do malogrado Luís XVI.
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Isabel (1764-1794). Cunhada de Maria Antonieta, a quem esta dirigiu a carta. |
O historiador austríaco Stefan Zweig pronunciou-se sobre as dramáticas palavras da rainha :
"Nunca Maria Antonieta resumiu os seus pensamentos com tanta força como nesse adeus a Madame Isabel, agora única protectora dos seus filhos. As frases quase viris dessa mensagem, escrita sobre uma miserável mesita da prisão, são mais firmes do que todas as cartas que saíam da secretária doirada do Trianon; a linguagem é mais pura, o sentimento mais directo; é como se a tempestade interior desencadeada pela morte rompesse todas as nuvens ameaçadoras que, durante tanto tempo e de maneira tão fatal, tinham ocultado, a essa mulher trágica, a compreensão da sua própria verdade".
A última carta de Maria Antonieta, que ela entregou ao carcereiro Bault, andou perdida durante cerca de 20 anos. Madame Isabel, a quem fora dirigida, nunca lhe pôs a vista em cima e acabou também executada no ano seguinte, aos 30 anos. A Igreja Católica considerá-la-ia Mártir e Serva de Deus.
A triste despedida da rainha só veria a luz do dia quando a monarquia foi restaurada em França, em 1814. Só então chegou às mãos do novo monarca, Luís XVIII, irmão e sucessor de Luís XVI...
Nota: A carta de Maria Antonieta será publicada amanhã, 14 de Novembro.