quinta-feira, 9 de julho de 2015

"Quem é esta gente?"

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"A Europa que eu vi formar-se e abrir as portas a Portugal era dirigida por gente como Willy Brandt, Helmut Schmidt, François Miterrand, Olof Palme, Harold Wilson, James Callaghan, Bettino Craxi, Felipe González, Mário Soares.
Todos eles tinham uma ideia de Europa onde se espelhavam os melhores valores da civilização europeia, como um todo, e na qual se reviam os povos europeus, do norte ao sul, do leste ao oeste.
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Depois veio a Europa dos burocratas sem ideologia, os longos dez anos de Durão Barroso, em que o grande exercício político consistiu em nada decidir e ficar de braços cruzados a ver tudo acontecer:
os progressos feitos pelos outros na ciência, na inovação, na energia, e os retrocessos próprios na integração, na moeda única, numa política diplomática e de defesa comum, no combate ao fundamentalismo islâmico.
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Um longo sono fatal.
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Mas agora há outra gente movida por um sentimento de superioridade em relação aos "PIGS", um desejo de os castigar porque são irresponsáveis, porque têm ilhas ou mar a mais, porque têm sol quando eles têm chuva, porque conseguem rir quando deveriam chorar apenas.
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Nada do que eles propõem para a Grécia tem a menor sustentabilidade económica: é apenas a continuação de uma receita garantida para o desastre e a miséria.
Impede o crescimento, estimula o desemprego, arruína o sector financeiro e empresarial e, no fim, só agravará a dimensão da dívida.
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Há quem acredite numa conspiração oculta da grande finança para expulsar do euro os que só enfraquecem a moeda; há quem pense que se trata antes de uma vendetta histórica da direita sobre décadas de predomínio intelectual e político da esquerda e uma oportunidade imperdível de aplicar a sua agenda em termos irreversíveis.
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Mas provavelmente é tudo menos grandioso do que isso: apenas uma terrível combinação entre ignorância e insensibilidade.
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Fixemos os seus nomes para memória futura: Merkel, Schäuble, Dijsselbloem, Lagarde, Juncker, Rajoy, Passos Coelho e alguns outros personagens menores."
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Miguel Sousa Tavares - Artigo completo em" Expresso" (Lisboa - Portugal), 4-Julho-2015, pág. 12.
(Sublinhados da responsabilidade da Torre)
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domingo, 28 de junho de 2015

Casal de São Simão (Portugal)

 
 
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Região Centro do País, a uma dezena de quilómetros de Figueiró dos Vinhos...
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... a poucos metros da torrente ora mansa ora tumultuosa da Ribeira de Alge...

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... o Casal de São Simão...
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...feito de xistos ordenadamente dispostos em ruelas medievais...
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...com casinhas chamativas de onde fogem palavras e sussurros enigmáticos...
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...varandinhas convidativas a desprendidos lazeres...
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...escadinhas rudes e íngremes...
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...murmúrios súbitos de águas melodiosas...

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...acompanhadas de explosões floridas e odorosas...
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...próximas de beirais e chaminés fumarentos...
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... e de antiquíssimas eiras evocativas das velhas labutas de milheirais e trigais...
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...e, coroando tudo, a surpresa de um magnífico restaurante...

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...de irrecusáveis iguarias e de excelentes pessoas: a "Varanda do Casal".
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domingo, 21 de junho de 2015

A Pilhagem de África

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ÁFRICA é o continente mais pobre do mundo — e também o mais rico.
Embora concentre apenas 2% do PIB mundial, alberga 15% das reservas de petróleo, 40% do ouro e 80% da platina. No seu subsolo jaz um terço das reservas minerais do planeta.
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 Mas o que poderia constituir a salvação do continente é, pelo contrário, uma maldição.
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Os recursos naturais africanos têm sido alvo de uma pilhagem sistemática.
A contrapartida do petróleo e dos diamantes é a corrupção, a violência e desigualdades sociais gritantes.
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Os beneficiários deste saque, assim como as suas vítimas, têm nome: o crescimento acelerado de África é induzido pela voracidade de recursos naturais por parte de economias emergentes como a chinesa, e alimentado por uma rede sombria de comerciantes, banqueiros e investidores dispostos a subornar as elites políticas locais.
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Em A Pilhagem de África, Tom Burgis, premiado jornalista do Financial Times, conduz o leitor numa viagem emocionante e frequentemente chocante aos bastidores de uma nova forma de colonialismo.
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Ao longo de seis anos, o autor abraçou uma missão através da qual se propôs denunciar a corrupção e dar voz aos milhões de cidadãos africanos que sofrem na pele esta maldição.
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Aliando um trabalho aprofundado de investigação a uma narrativa plena de ação, o livro traz uma nova luz sobre os meandros de uma economia globalizada e a forma como a exploração das matérias-primas africanas concentra a riqueza e o poder nas mãos de poucos.
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Críticas de imprensa
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Uma demonstração poderosa de como a exploração e o tráfico de matérias-primas serve o enriquecimento pessoal de alguns. The Times

Um retrato vigoroso de uma voraz máquina de pilhagem. Uma composição profícua em exemplos que mostram as ligações entre empresas corruptas e as elites africanas.
The Economist

Um excelente documento sobre a exploração. Tom Burgis prestou um grande serviço a algumas
das pessoas mais pobres do mundo. Financial Times
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Páginas: 400   -   Editor: Vogaishttp://www.wook.pt/media/ficha_prod/sep_price.gif     -    Preço:19,78€
 
FONTE: WOOK
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sábado, 20 de junho de 2015

Toada Africana

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domingo, 7 de junho de 2015

Tenente Blueberry (Homenagem a Giraud e a Charlier)

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“Blueberry” é uma banda desenhada de origem franco-belga, criada no ano de 1963 pelo desenhador Jean Giraud (1938-2012) e pelo guionista Jean-Michel Charlier (1924-1989).
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A obra, amplamente divulgada em Portugal, transporta-nos para o oeste selvagem dos Estados Unidos e para o norte do México nos anos da guerra civil americana e posteriores, e narra a emocionante odisseia de Mike Steve Donovan (o tenente Blueberry).
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Acusado de um crime que não cometeu, Mike alista-se como tenente no exército americano, após o que se assume, em intermináveis e movimentadas andanças, como um herói atípico - defensor de causas, renegado, jogador e pistoleiro.
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A recriação de paisagens e de factos históricos é admirável, “ressuscitando” por vezes personagens reais, como Cochise, o chefe apache, ou Wyatt Earp, o pacificador violento protegido pela Lei.
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Índios de comportamento imprevisível, caminhos-de-ferro primitivos, paisagens lunares, vilões inomináveis, mulheres sedutoras, pioneiros truculentos, militares impiedosos -  e, sobretudo, um “clima” singular, poderosamente apelativo, que nunca mais se esquece.
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Imperdível pelos apreciadores do género!
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O desenhador Jean Giraud (1938-2012)
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O guionista Jean-Michel Charlier (1924-1989)

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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Fim de linha. Sem perdão.

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Há qualquer coisa aqui de que não gostam
da terra das pessoas
ou talvez
deles próprios
cortam isto e aquilo e sobretudo
cortam em nós
culpados sem sabermos de quê
transformados em números estatísticas
défices de vida e de sonho
dívida pública dívida de alma
há qualquer coisa em nós de que não gostam
talvez o riso
esse desperdício.
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Trazem palavras de outra língua
e quando falam a boca não tem lábios
trazem sermões e regras e dias sem futuro
nós pecadores do Sul nos confessamos
amamos a terra o vinho o sol o mar
amamos o amor e não pedimos desculpa.
Por isso podem cortar
punir
tirar a música às vogais
recrutar quem os sirva
não podem cortar o Verão
nem o azul que mora aqui
não podem cortar quem somos.
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Manuel Alegre, ‘Resgate’, in “Bairro Ocidental”.
Dom Quixote. 2015
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sexta-feira, 15 de maio de 2015

O judeu David Olère no inferno dos Alemães (Quadros do Holocausto)

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Auto-retrato de David Olère.
No campo de Auschwitz
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David Olère foi um pintor e escultor judeu. Nasceu na Polónia em 1902 e faleceu na França em 1985.
Foi prisioneiro dos Alemães, no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, de 1943 a 1945.

Naturalizado francês em 1937, combateu pela nova pátria integrado em forças de infantaria. Após a derrota diante das tropas nazis, viu-se desmobilizado e sem emprego.

Detido pela polícia francesa colaboracionista em Fevereiro de 1943, acabou nas mãos dos Alemães, que o deportaram para Auschwitz com centenas de outros Judeus.
Tornou-se o prisioneiro n.º 106 144.

Libertado pelas tropas norte-americanas em princípios de Maio de 1945, empenhar-se-ia depois em testemunhar, através de desenhos e pinturas como estas, a pavorosa experiência que tinha vivido.

Tema musical de:
A Lista de Schindler
(Composto por John Williams)
(Solos de violino: Itzhak Perlman)



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