Os muçulmanos que ocuparam a Península Ibérica a partir da invasão do ano de 711 (até cair Granada, em 1492) deixaram-nos, para além de outras lembranças de uma civilização requintada, alguns tesouros de poesia extraordinariamente sensitiva e elaborada.
Um exemplo, da autoria do poeta Ibne Arraia:
O Repuxo
Que belo o repuxo!
Apedreja o céu com estrelas cadentes
que saltam como ágeis acrobatas!
Serpentes de água caem em borbotões
que correm até à taça como víboras amedrontadas.
que correm até à taça como víboras amedrontadas.
E, habituada a escorrer furtivamente sob a terra,
não corre a água lesta ao ver um espaço aberto?
não corre a água lesta ao ver um espaço aberto?
Ao repousar depois satisfeita com a nova casa
sorri orgulhosa mostrando os dentes de bolhas.
E então, quando o sorriso descobre a deliciosa dentadura,
sorri orgulhosa mostrando os dentes de bolhas.
E então, quando o sorriso descobre a deliciosa dentadura,
inclinam-se a beijá-la os enamorados ramos.
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