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sábado, 15 de fevereiro de 2025

A fabulosa "Tarantella"! (Itália)






A Tarantella é uma dança popular do Sul da Itália.

Existem variações regionais deste tipo musical, como a tarantella apuliana, a napolitana, a siciliana e a calabresa.

Apresentam-se seguidamente 4 interpretações: duas da famosíssima Tarantella del Gargano (Gargano pertence à região da Apúlia) e duas da Tarantella napolitana. 


1 - Tarantella del Gargano (Pino De Vittorio):
(Legendas em português e italiano)




2 - Tarantella del Gargano (Lina Sastri):




3 - Tarantella napolitana (Pino De Vittorio):
(erradamente intitulada de Gargano)




4 - Tarantella napolitana (L'Arpeggiata):






quinta-feira, 17 de agosto de 2023

"Santa Lucia"

 


(Solista: Richard Bauer)


segunda-feira, 24 de julho de 2023

Paolo Conte


Paolo Conte nasceu a 6 de Janeiro de 1937 em Asti, Piemonte (Itália).

Trata-se de um excepcional compositor, cantor e multi-instrumentista, ainda que seja pianista de jazz por formação.

É considerado um dos artistas mais importantes e inovadores da sua geração.

Alguns exemplos:

1 - It's Wonderful (Via con me):

2 - Gong - oh:

3 - Azzurro:



4 - … e ainda, agora ao vivo,
repetindo o 1.º tema:

sábado, 1 de abril de 2023

Tarantella Calabresa (Itália)




A voz pertence a Marco Beasley. O acompanhamento é de L'Arpeggiata, sob a direcção de Christina Pluhar (que já ouvimos aqui).

 


segunda-feira, 18 de abril de 2022

"La Passacaglia della Vita" ("Bisogna Morire")




Compositor - Stefano Landi (1587-1639)

1.ª Interpretação

Músicos - L'Arpeggiata (direcção de Christina Pluhar)

Voz - Marco Beasley





2.ª Interpretação

Músicos - The Theatre of the Ayre (direcção de Elizabeth Kenny)

Voz - Ed Lyon




A Rússia está a cometer crimes de guerra na Ucrânia.

Россия совершает военные преступления в Украине.

Russos: lutem pela democracia no vosso país!

Русские: боритесь за демократию в своей стране!


Russos: derrubem, prendam e julguem Putin!

Русские: свергнуть, арестовать и судить Путина!


Viva a Ucrânia Livre e Independente!

да здравствует украина Свободный и независимый!





sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Ópera "Aida" (Glória ao Egipto - Marcha Triunfal) - Giuseppe Verdi (Itália)

 


"Aida" é uma ópera em quatro actos com música de Giuseppe Verdi e libreto de Antonio Ghislanzoni.

A passagem musical abaixo reproduzida pertence ao fecho do 2.º Acto.

Saiba mais sobre esta ópera - aqui

Saiba mais sobre Giuseppe Verdi  (1813-1901) - aqui


(Orquestra Filarmónica de Viena)
(Coro Estatal de Viena)
(Amplie a imagem clicando
no quadrado do canto inferior direito)
(Vídeo de Frys Lan)




terça-feira, 26 de outubro de 2021

Poema para Galileu (António Gedeão - Portugal)

 


Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileu! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios).

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te?
A ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… Eu sei…
As margens doces do Arno
às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileu Galilei!

Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita
num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.

Eu queria agradecer-te, Galileu,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar
(que disparate, Galileu!)
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação -
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.

Pois não é evidente, Galileu?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa
ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.


Estava agora a lembrar-me, Galileu,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos,
hirtos,
de toga e de capelo
a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível
que um homem da tua idade
e da tua condição,
se estivesse tornando num perigo
para a Humanidade
e para a civilização.

Tu, embaraçado e comprometido,
em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites
e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas
(parece-me que estou a vê-las),
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.

E tu foste dizendo a tudo que sim,
que sim senhor,
que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado
e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite
louvores à harmonia universal.

E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo,
na própria intimidade do teu pensamento,
(livre e calma),
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma.

Ai, Galileu!
Mal sabiam os teus doutos juízes,
grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo,
empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.

Tu é que sabias, Galileu Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer,
homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.

Por isso, estoicamente,
mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias,
a todos os contratempos,
enquanto eles,
do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa dos quadrados dos tempos.

António Gedeão - Lisboa, Portugal (1906-1997)

Oiça este poema dito por Mário Viegas:


sábado, 6 de março de 2021

CLÁUDIO, imperador de Roma (Triunfante na política, infeliz aos amores...)



 

Cláudio nasceu em Lugduno, na Gália dominada pelos Romanos (actual Lyon, França), a 1 de Agosto do ano 10 antes de Cristo (a. C.). Faleceu em Roma a 13 de Outubro de 54 depois de Cristo (d. C.).

Foi o quarto imperador romano da dinastia cláudio-juliana (sendo antecedido por Augusto, Tibério e Calígula; e seguido por Nero). Foi também o primeiro imperador a nascer fora da península itálica.

Cláudio era neto de Lívia, esposa do grande imperador Augusto (primeiro da dinastia). Era tio do extravagante e sanguinário Calígula, que o antecedeu.

Ninguém poderia prever, nas primeiras décadas da sua existência, que ele pudesse vir a chegar onde chegou. Padecia de várias deficiências físicas e passava facilmente por diminuído mental. Era gago, coxeava, babava-se e, às vezes, rompia num riso estridente e descontrolado, o que em nada contribuía para o favorecer.


Antónia, mãe de Cláudio

A mãe, Antónia, apoucava-o com frequência e apresentava-o como um monstro, uma espécie de ser inacabado e genuíno exemplo de estupidez. A avó, Lívia, mulher de Augusto, pouco ou nada lhe falava, preferindo enviar-lhe curtas mensagens escritas de reprovação em que invariavelmente o rebaixava. Por tudo isto, era por norma mantido mais ou menos à margem da política e dos assuntos familiares mais importantes.

Foi em grande parte devido ao juízo que faziam dele que Cláudio saiu incólume das tremendas disputas pelo poder que caracterizavam a política romana do tempo. Julgavam-no inofensivo. Pôde por isso escapar, sem grandes sobressaltos, às matanças perpetradas por Tibério e Calígula, seus antecessores.

No entanto, ainda que assim desprezado, ele estava longe de ser estúpido ou intelectualmente destituído. Dedicando-se às leituras e ao estudo persistente, tornou-se um homem de cultura muito superior à daqueles que o rodeavam e diminuíam. Dominou matérias como a matemática, a gramática, a geometria, a medicina, o grego e, acima de tudo, a História. E entregou-se, com grande mérito, à investigação e à escrita da história romana.


O guarda pretoriano descobre Cláudio escondido por trás da cortina.


Houve todavia um momento, a 24 de Janeiro de 41 (d. C.), em que Cláudio sentiu que tinha a vida presa por um fio. Foi nesse dia que a guarda pretoriana resolveu executar Calígula, um imperador psicopata, pondo termo ao seu governo repleto de crueldades, assassínios e episódios irracionais. Logo a seguir a Calígula, tombaram, sob as espadas dos guardas, muitos aristocratas e membros da família imperial.

Em pânico, convencido de que seria a próxima vítima, Cláudio fugiu do centro dos acontecimentos e, na tentativa de passar despercebido, escondeu-se por trás da pesada e espessa cortina de uma porta. Foi aí que um dos guardas o descobriu pouco depois. Cláudio, transido de medo, aguardou o golpe fatal. Mas, para seu espanto, o guarda (diz-se que se chamava Grato) curvou-se respeitosamente diante dele e tratou-o como se ele fosse imperador.


A guarda pretoriana escolhe Cláudio para imperador de Roma


Conduzido ao acampamento da guarda pretoriana, Cláudio viu-se efectivamente proclamado imperador pelo grosso da soldadesca. Ele era agora o único homem adulto da sua família, e o senado, algo recalcitrante a princípio, acabou por aceitar a escolha. O novo soberano teve logo um gesto tão inteligente como prudente, mandando distribuir milhares de sestércios pela guarda pretoriana à qual devia o poder.

Daí partiu o outrora desprezado Cláudio para um meritório governo de cerca de treze anos. Revelou-se um excelente administrador, concretizando obras públicas importantes e lançando notáveis reformas legislativas.

A economia de Roma melhorou com as suas iniciativas, fazendo lembrar a muitos os tempos áureos de Augusto e lançando para o esquecimento o período caótico de Calígula.

Cláudio distinguiu-se igualmente, no tocante à expansão militar romana, com várias e importantes conquistas: Trácia, Ilíria, Judeia, Lícia, Nórica, Panfília e Mauritânia foram anexadas ao império. A conquista mais retumbante foi, porém, a da Britânia (actual Inglaterra e Gales - ver aqui).


Cláudio

Cláudio foi casado quatro vezes e foi infeliz outras tantas.
Teve Pláucia Urgulanila como primeira esposa, mas acabou divorciado dela por conduta escandalosa e suspeita de actividades criminosas.
A segunda mulher foi Élia Pecina, de quem o imperador se separou por "pequenas ofensas".

A terceira esposa de Cláudio foi a infame Messalina, adúltera impenitente e intriguista política sem escrúpulos. Levou Cláudio a suspeitar da própria sombra, convencendo-o de que vivia cercado de inimigos que urgia liquidar. E foi desse modo que dezenas de senadores e cavaleiros - odiados por Messalina - acabaram por perder a vida.

Um dia, a mulher do imperador ultrapassou todos os limites da devassidão, atrevendo-se a casar, num acto de pública bigamia, com um dos seus numerosos amantes. Dessa vez, Cláudio não perdoou: foram ambos executados. Messalina, que contava apenas 26 anos à data da morte, tinha todavia dado ao imperador dois filhos: Octávia e Britânico.


A Morte de Messalina
(Quadro de Georges Antoine Rochegrosse)


Embora tivesse prometido  a si próprio nunca mais voltar a casar-se, Cláudio não tinha, afinal, aprendido a lição. Cerca de um ano mais tarde, no primeiro dia de 49 (d. C.), desposou a quarta e última mulher, a famosa Agripina, sua sobrinha, que trouxe para o casamento um filho de anterior matrimónio - Nero, de quem Roma e o mundo muito ouviriam falar através das eras.

Agripina, além de sobrinha de Cláudio (era filha de um irmão deste), era bisneta do imperador Augusto e irmã do terrível Calígula.

Ambiciosa, fria, implacável e isenta de escrúpulos, viveu como esposa do imperador durante um período de quase seis anos, em que manobrou politicamente, sem olhar a meios - incluindo os mais violentos -, para aumentar a sua influência e, sobretudo, para impor o seu filho Nero como sucessor de Cláudio.

Ao longo desse tempo tratou de mandar liquidar não só os que permaneciam fiéis à memória de Messalina, como aqueles que considerava obstáculos à futura ascensão de Nero.


Agripina Menor, 4.ª e última esposa de Cláudio
e mãe de Nero, futuro imperador.


Cláudio, durante os primeiros anos de matrimónio, foi presa fácil das artes de manipulação da jovem esposa (Agripina tinha menos 25 anos do que ele). Não só lhe tolerou as tenebrosas jogadas políticas, como adoptou o filho dela, Nero, dando-lhe preferência, como sucessor, relativamente ao seu próprio filho, Britânico.

No entanto, à medida que ia conhecendo melhor Agripina, Cláudio parece ter-se arrependido de algumas das decisões que tomara. Passou a manifestar público apreço por Britânico, e tudo indica que terá voltado a pensar seriamente nele como seu sucessor, em detrimento de Nero.

Por outro lado, também se conta que ele se lamentava amiúde da pouca sorte que tivera com os casamentos, dizendo que era seu destino sofrer para depois castigar a infâmia das suas mulheres.


Agripina coroando o seu filho Nero como imperador de Roma


Para Agripina, atenta a todos aqueles sinais, o momento da decisão tinha chegado. Na noite de 12 para 13 de Outubro do ano de 54 (d. C.) - passaram quase 2 000 anos -, ela fez servir a Cláudio uma refeição de cogumelos frescos, que o imperador muito apreciava. Mas os cogumelos tinham sido previamente envenenados.

Agripina terá contado, para concretizar o seu plano, com a colaboração de Locusta, um perito em venenos do palácio, e com a cumplicidade de Halotus, o provador oficial da comida. O médico da corte, Xenofonte, chamado para assistir aos últimos momentos do imperador, terá também ajudado à liquidação deste, passando-lhe uma pena envenenada pela garganta (a pretexto de lhe provocar um vómito que o aliviasse).

Fosse como fosse, Cláudio morreu às primeiras horas da manhã de 13 de Outubro. Fora, durante quase 14 anos - e contra todas as previsões da sua juventude -, o homem mais poderoso do  mundo.

Agripina, vencedora em toda a linha, atingira o seu grande objectivo, empurrando o seu filho para o poder máximo.
Menos de cinco anos depois, esse filho, o abominável Nero, recompensou à sua maneira todas as manobras e crimes que a progenitora tinha arriscado em seu favor - mandando que a assassinassem...

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