Cláudio nasceu em Lugduno, na Gália dominada pelos Romanos (actual Lyon, França), a 1 de Agosto do ano 10 antes de Cristo (a. C.). Faleceu em Roma a 13 de Outubro de 54 depois de Cristo (d. C.).
Foi o quarto imperador romano da dinastia cláudio-juliana (sendo antecedido por Augusto, Tibério e Calígula; e seguido por Nero). Foi também o primeiro imperador a nascer fora da península itálica.
Cláudio era neto de Lívia, esposa do grande imperador Augusto (primeiro da dinastia). Era tio do extravagante e sanguinário Calígula, que o antecedeu.
Ninguém poderia prever, nas primeiras décadas da sua existência, que ele pudesse vir a chegar onde chegou. Padecia de várias deficiências físicas e passava facilmente por diminuído mental. Era gago, coxeava, babava-se e, às vezes, rompia num riso estridente e descontrolado, o que em nada contribuía para o favorecer.
Antónia, mãe de Cláudio |
A mãe, Antónia, apoucava-o com frequência e apresentava-o como um monstro, uma espécie de ser inacabado e genuíno exemplo de estupidez. A avó, Lívia, mulher de Augusto, pouco ou nada lhe falava, preferindo enviar-lhe curtas mensagens escritas de reprovação em que invariavelmente o rebaixava. Por tudo isto, era por norma mantido mais ou menos à margem da política e dos assuntos familiares mais importantes.
Foi em grande parte devido ao juízo que faziam dele que Cláudio saiu incólume das tremendas disputas pelo poder que caracterizavam a política romana do tempo. Julgavam-no inofensivo. Pôde por isso escapar, sem grandes sobressaltos, às matanças perpetradas por Tibério e Calígula, seus antecessores.
No entanto, ainda que assim desprezado, ele estava longe de ser estúpido ou intelectualmente destituído. Dedicando-se às leituras e ao estudo persistente, tornou-se um homem de cultura muito superior à daqueles que o rodeavam e diminuíam. Dominou matérias como a matemática, a gramática, a geometria, a medicina, o grego e, acima de tudo, a História. E entregou-se, com grande mérito, à investigação e à escrita da história romana.
O guarda pretoriano descobre Cláudio escondido por trás da cortina. |
Houve todavia um momento, a 24 de Janeiro de 41 (d. C.), em que Cláudio sentiu que tinha a vida presa por um fio. Foi nesse dia que a guarda pretoriana resolveu executar Calígula, um imperador psicopata, pondo termo ao seu governo repleto de crueldades, assassínios e episódios irracionais. Logo a seguir a Calígula, tombaram, sob as espadas dos guardas, muitos aristocratas e membros da família imperial.
Em pânico, convencido de que seria a próxima vítima, Cláudio fugiu do centro dos acontecimentos e, na tentativa de passar despercebido, escondeu-se por trás da pesada e espessa cortina de uma porta. Foi aí que um dos guardas o descobriu pouco depois. Cláudio, transido de medo, aguardou o golpe fatal. Mas, para seu espanto, o guarda (diz-se que se chamava Grato) curvou-se respeitosamente diante dele e tratou-o como se ele fosse imperador.
A guarda pretoriana escolhe Cláudio para imperador de Roma |
Conduzido ao acampamento da guarda pretoriana, Cláudio viu-se efectivamente proclamado imperador pelo grosso da soldadesca. Ele era agora o único homem adulto da sua família, e o senado, algo recalcitrante a princípio, acabou por aceitar a escolha. O novo soberano teve logo um gesto tão inteligente como prudente, mandando distribuir milhares de sestércios pela guarda pretoriana à qual devia o poder.
Daí partiu o outrora desprezado Cláudio para um meritório governo de cerca de treze anos. Revelou-se um excelente administrador, concretizando obras públicas importantes e lançando notáveis reformas legislativas.
A economia de Roma melhorou com as suas iniciativas, fazendo lembrar a muitos os tempos áureos de Augusto e lançando para o esquecimento o período caótico de Calígula.
Cláudio distinguiu-se igualmente, no tocante à expansão militar romana, com várias e importantes conquistas: Trácia, Ilíria, Judeia, Lícia, Nórica, Panfília e Mauritânia foram anexadas ao império. A conquista mais retumbante foi, porém, a da Britânia (actual Inglaterra e Gales - ver aqui).
Cláudio |
Agripina coroando o seu filho Nero como imperador de Roma |
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