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Fomos os "alunos exemplares" de Bruxelas:
aceitámos a destruição do nosso tecido produtivo com a submissão de quem não foi habituado a expor questões e a enumerar perguntas.
Pescas, agricultura, tecelagem, metalurgia, pequenas e médias empresas desapareceram na voragem, em nome da "incorporação" europeia.
A lista de cúmplices desta barbaridade é enorme.
Andam todos por aí.
(...) Os economistas que nos afundaram tratam da vidinha, com desenvolta disposição.
Nenhum é responsável do crime; e passam ao lado da insatisfação e da decepção permanentes, como cães por vinha vindimada.
Impuseram-nos modos de viver, crenças (a mais sinistra das quais: a da magnitude do "mercado"), um outro estilo de existência, e o conceito da irredutibilidade do "sistema."
Tratam-nos como dados estatísticos, porque o carácter relacional do poder estabelece-se entre quem domina e quem é dominado - ou quem não se importa de o ser.
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Baptista-Bastos - A Tendência da Servidão - Diário de Notícias - Lisboa - Portugal (26 de Maio de 2010)
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