Num mundo decente, com algum sentido de justiça universal, a possibilidade deste crime já teria sido erradicada há muito e os responsáveis teriam incorrido em exemplaríssima punição. De preferência, após terem sido publicamente expostos em pelourinho com o anúncio da bárbara façanha pendurado ao pescoço - eis uma "tradição medieval" que talvez apreciassem...
"Um mar de sangue". Talvez esta seja a melhor frase para descrever o que aconteceu no domingo nas Ilhas Faroé, no Oceano Atlântico.
Numa tradição que dura há centenas de anos, um grupo de caçadores atraiu 175 baleias-piloto para a costa, encurralando-as com auxílio dos barcos, para depois as matarem com arpões, lanças e facas.
Esta prática, conhecida como "Grindadraps" ou "Grind", continua a ser notícia a nível mundial pelos piores motivos. Todos os anos, por volta do verão, o cenário repete-se e as imagens são chocantes.
Esta atividade tem sido denunciada por várias organizações ambientalistas e de defesa dos animais.
A Sea Shepherd - uma organização cujo foco é a conservação dos animais marinhos - colocou um drone no local para recolher imagens, que foi atingido por um tiro disparado pelos caçadores. Ainda assim, foram capturadas algumas imagens (...).
Depois de encurraladas e mortas, a carne destas baleias-piloto não é comercializada, fica armazenada para consumo dos habitantes locais, como símbolo de sobrevivência, uma vez que, nos tempos medievais e durante a Idade Média, estes animais eram praticamente o único alimento dos habitantes deste arquipélago composto por 18 ilhas.
Só na última década foram mortas mais de 6.500 baleias e golfinhos. A Sea Shepherd fala numa tradição "insustentável" e "bárbara".
1 comentário:
Chocante e imperdoável! Como é que uma barbaridade destas pode ser admitida como manifestação ou tradição cultural?!?
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