domingo, 13 de abril de 2025

Visitas Breves - Metropolitan Museum (Nova Iorque) - 2.ª Parte



(Clique nas imagens para ampliar)
A Princesa de Broglie (J.-A. Dominique Ingres)



Agnus Dei
(Samuel Barber)







Marte e Vénus Unidos Pelo Amor (Paolo Veronese)













Retrato de Jovem (Bronzino)














A Catedral de Salisbury (John Constable)














A Toilette de Vénus (François Boucher)














Rapaz com Espada (Manet)














Mrs. John Winthrop (John Singleton Copley)















Campos de Trigo (Jacob van Ruisdael)














Madame Charpentier com os Filhos Georgette e Paul (Renoir)














O Triunfo de Mário
(Giambattista Tiepolo)













Mulher com um Jarro de Água (Jan Vermeer)














Vénus e Cupido (Lorenzo Lotto)














Retrato do Químico Lavoisier com a Mulher
(Jacques-Louis David)














Na Barca (Manet)












A Abadessa Lucrezia Agliardi Vertova
(Giovanni B. Moroni)













Madame X (John Singer Sargent)
…………………….
Ver a 1.ª Parte na postagem de ontem

sábado, 12 de abril de 2025

Visitas Breves - Metropolitan Museum (Nova Iorque) - 1.ª Parte



(Clique nas imagens para ampliar)
George Washington (Gilbert Stuart)





Agnus Dei
(Samuel Barber)









Esplanada em Sainte-Adresse (Claude Monet)














Retrato de Maria Baroncelli (Hans Memling)

 
 
 
 




 
 
 
 
 
Virgem com o Menino (Giovanni Bellini)













James Stuart, Duque de Richmond e de Lennox
(Anton van Dyck)













Madalena Arrependida (Georges de La Tour)














Auto-Retrato com Helena Fourment e o Filho
(Pieter Paul Rubens)














Carta de Amor (Jean-Honoré Fragonard)














Mulher com Papagaio (Gustave Courbet)













Santo Elói (Petrus Christus)














A Ilha dos Mortos (Arnold Böcklin)















O Vagão de Terceira Classe (Honoré Daumier)
 
 
 
 




 
 
 
 
 

Rapto das Sabinas (Nicolas Poussin)














Yonker Ramp e a sua Amada (Frans Hals)














Virgem no Trono com o Menino e Cinco Santos
(Rafael)













Bailarina de Catorze Anos (Bronze)
(Edgar Degas)

(Conclui amanhã- 13-Abril-2025) - 2.ª Parte


domingo, 6 de abril de 2025

"Lágrima de Preta" (António Gedeão - Portugal)

 



Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
 
 
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio
 

……………..

Oiça este poema de António Gedeão, cantado

… pelo Adriano Correia de Oliveira, de Portugal...



 e pelo Bonga, de Angola:


sábado, 29 de março de 2025

D. Pedro III de Portugal, pai de D. João VI - O "Capacidónio"






D. Pedro III foi Rei Consorte de Portugal, por ter casado com a herdeira do trono, a rainha D. Maria I (mãe de D. João VI).

Recorde-se que ela viria a falecer em 1816, no Brasil, com as faculdades mentais gravemente afectadas,  no período em que a Corte lusitana se instalara, para escapar a Napoleão Bonaparte, na cidade do Rio de Janeiro (1808-1821).

D. Pedro era tio de D. Maria I, por ser irmão do pai desta (o rei português D. José I, que tivera o famoso Marquês de Pombal como principal ministro).

Era, também, bastante mais velho do que a esposa e sobrinha (quase dezoito anos de diferença).

A historiografia não foi muito generosa para com esta figura relativamente apagada. Puseram-lhe em realce a beatice e duvidaram-lhe amiúde da inteligência e da capacidade governativa.

Quanto ao primeiro aspecto, Oliveira Martins chegou ao ponto de lhe chamar "sacristão"…


Rainha D. Maria I, de Portugal (1734-1816)
e o tio D. Pedro III, seu esposo e Rei Consorte (1717-1786)


Segundo os testemunhos disponíveis, D. Maria I terá sempre respeitado, e até amado, este seu tio e marido. Desejando pô-lo em destaque, mandou cunhar moedas de ouro com as efígies de ambos (eram as célebres peças de duas caras).

Tratou também de o convocar para reuniões de governo, onde se debatiam negócios públicos e inúmeras pretensões de uma multidão de requerentes.

Mas ele, de facto, não possuía bagagem intelectual para uma colaboração válida. Aflito, socorria-se, então, de um bordão, uma frase feita, que aplicava sempre que lhe solicitavam opiniões sobre uma eventual solução: Eu não vou por aí…

Isto não significava que ele pretendesse de alguma forma opor-se a esta ou àquela medida: queria apenas dizer que não tinha outra resposta. Limitava-se, assim, a pôr um ar grave e lá ia repetindo: Eu não vou por aí…
E dali não passava.




A razão da sua alcunha mais famosa teve origem em algo que ele também repetia com frequência.

Certa ocasião, D. Pedro terá escutado sobre certo indivíduo que este era capaz e idóneo para exercer determinado cargo.

Soando-lhe bem o que ouviu, passou a utilizar a expressão para qualificar quaisquer candidatos que lhe agradassem.

Porém, juntando incorrectamente as palavras que lhe tinham chegado aos ouvidos, dizia que eles eram capacidónios para os lugares pretendidos. Fulano é capacidónio para… Beltrana é capacidónia para…

E assim ficou D. Pedro III para todo o sempre lembrado como o Capacidónio

Fosse como fosse, D. Maria I foi-lhe dedicada até ao fim. Acredita-se, até, que a morte de D. Pedro III (em 1786) e a do primogénito e herdeiro de ambos, D. José (aos 27 anos, no ano de 1788) contribuíram decisivamente para o agravamento da instabilidade mental que havia de a conduzir à loucura.

A morte do primogénito D. José e a demência de D. Maria I acabariam por atirar para a ribalta um outro filho da rainha e de D. Pedro III: D. João, que todos conhecemos, primeiro, como Príncipe Regente, e, depois, como o rei D. João VI de Portugal, Brasil e Algarves...


Moeda de ouro
com as efígies de D. Maria I e D. Pedro III


Oiça, seguidamente, uma peça musical de Carlos Seixas,
compositor português da primeira metade do século XVIII:



sexta-feira, 21 de março de 2025

Tchaikovsky e a invasão da Rússia por Napoleão Bonaparte ("1812" - Abertura Solene)



Napoleão e os seus soldados


Em Junho de 1812, Napoleão invadiu a Rússia com o seu Grande Exército (mais de meio milhão de soldados).

Seria uma campanha trágica para ele, e ficaria assinalando o início da curva descendente de uma invulgar carreira política e militar.


Napoleão na batalha de Borodino (Rússia)


Após sucessivas retiradas do exército russo, acompanhadas de uma prática de terra queimada diante do avanço dos franceses, os dois exércitos encontraram-se em Borodino, uma pequena aldeia a pouco mais de 100 quilómetros de Moscovo.

As tropas do czar da Rússia, Alexandre I, eram comandadas pelo astuto general Mikhail Kutuzov.


O general russo, Kutuzov, na batalha de Borodino


A batalha ocorreu no dia 7 de Setembro de 1812.

O número de baixas, ainda hoje muito discutido, foi, em qualquer hipótese, elevadíssimo.

Uma estimativa relativamente credível aponta para cerca de 30.000 mortos franceses (em 120.000 homens empenhados nos combates), contra 60.000 baixas russas (em 150.000 combatentes).


Batalha de Borodino

Veja seguidamente a reconstituição da carga vitoriosa da cavalaria francesa
(Extraído do filme "Guerra e Paz", de 1956):




O triunfo na batalha tem sido atribuído aos franceses. Mas tratou-se de uma vitória de Pirro, pois as forças de Kutuzov conseguiram retirar-se em boa ordem e o (relativo) êxito de pouco aproveitou aos invasores.

Napoleão entrava pouco depois em Moscovo, encontrando a cidade devorada por incêndios e deserta de população e de governantes.

Em vão esperou o imperador francês pela rendição do czar da Rússia.

Pelo contrário, o inverno forçá-lo-ia a uma retirada dramática, em que o gelo, o frio, a fome e as constantes flagelações dos russos lhe dizimaram praticamente o que restava do Grande Exército.

Em Dezembro de 1812, a Rússia ficou livre do invasor.


Napoleão - Retirada da Rússia


Foi esse triunfo histórico que o compositor Tchaikovsky (1840-1893) quis celebrar com o seu "1812".

Esta famosa Abertura Solene pode ser encarada como uma representação musical da campanha napoleónica na Rússia.

O hino religioso inicial evoca as orações do povo russo nas igrejas, implorando a intervenção divina contra o invasor.

As notas seguintes expressam a iminência dos combates e a preparação para a batalha, numa combinação de desespero e de transbordante entusiasmo, sublinhada pelos acordes distantes da Marselhesa, que evocam o avanço francês (ouvir, abaixo, por exemplo, a partir de 4' 30''  e 12' 10'').

A Marselhesa impõe-se em Borodino, ao passo que, mais adiante, se torna preponderante a música tradicional russa.

No momento da tomada de Moscovo, quando tudo parece perdido, o hino religioso é outra vez escutado, significando a intervenção divina (que traz um inverno rigoroso para o qual os franceses não se achavam preparados).

No final, apoteótico, disparam-se canhões em sinal de triunfo, enquanto repicam os sinos das igrejas de uma Rússia enfim libertada.

Chamo a vossa atenção para a força vibrante e telúrica desses derradeiros acordes (a partir de 13' 42'').

Para ouvir este genial "1812" escolhemos uma magnífica interpretação da Orquestra Sinfónica de Gothenburg (Suécia) dirigida pelo maestro Neeme Järvi: