quarta-feira, 2 de junho de 2021

D. Maria II, de Princesa do Brasil a Rainha de Portugal (Abriu uma exposição sobre ela no Palácio da Ajuda, em Lisboa)

 

D. Maria II (1819-1853)

D. Maria da Glória nasceu a 4 de Abril de 1819 no Paço de São Cristóvão, cidade do Rio de Janeiro, Reino do Brasil, sob o título de Princesa da Beira e, posteriormente, de Princesa Imperial do Brasil.

Foi a filha mais velha do primeiro imperador brasileiro, D. Pedro I, e da primeira esposa deste, D. Maria Leopoldina da Áustria.

O rei D. João VI, avô paterno de D. Maria, faleceu em 1826, pelo que D. Pedro I, herdeiro do trono português (em que seria D. Pedro IV...), resolveu abdicar do mesmo em favor da filha (então com sete anos de idade).

Por essa razão, esta carioca de gema deixou a terra natal aos nove anos - a 5 de Julho de 1828 - e rumou a Lisboa para ocupar o trono de Portugal. Tornar-se-ia, assim, a única monarca da Europa a nascer noutro continente. (No Brasil ficara um seu irmão mais novo, Pedro, também natural do Rio de Janeiro, que seria, a partir de 1831, o segundo imperador brasileiro).

D. Pedro I, o pai, teria mais tarde que regressar a Portugal para combater o irmão, D. Miguel, que entretanto se apoderara do trono de D. Maria (guerra civil de 1832-1834, entre os liberais de D. Pedro e os absolutistas de D. Miguel).

D. Pedro, vencedor da guerra, morreria no Palácio de Queluz em 24 de Setembro de 1834 (aqui).
D. Maria II, de quinze anos, foi então emancipada e retomou o trono português..


D. Maria II, aos 14 anos.

D. Maria II, apelidada a Educadora, ou a Boa Mãe, casou no ano de 1836, em segundas núpcias, com o príncipe D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha (o seu primeiro marido, príncipe Augusto de Beauharnais, falecera em 1835, dois meses depois do matrimónio).

A rainha teve onze partos em cerca de 16 anos. Quatro dos seus filhos não sobreviveram aos partos, sempre bastante difíceis. À quinta gestação, D. Maria passou a sofrer de obesidade e os partos tornaram-se-lhe cada vez mais complicados. A sobrecarga de sucessivas gravidezes acarretou-lhe vários problemas de saúde, inclusive de natureza cardíaca. Quando os médicos a preveniam dos riscos que corria em cada parto, D. Maria limitava-se a responder-lhes: Se eu morrer, morro no meu posto.

E foi isso mesmo que sucedeu, no dia 15 de Novembro de 1853, quando, após treze horas de grande sofrimento, a soberana não resistiu ao 11.º parto. O seu último filho, D. Eugénio, também não sobreviveu.

D. Maria da Glória, a menina vinda do Rio de Janeiro para ser rainha dos portugueses, morrera no seu posto. Contava, apenas, 34 anos de idade...


Palácio Nacional da Ajuda (Lisboa - Portugal)


No passado dia 25 de Maio abriu ao público, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, uma exposição dedicada à jovem carioca que se tornou rainha de Portugal: D. Maria II - De princesa brasileira a rainha de Portugal. 1819-1853.

A exposição manter-se-á até finais de Setembro na galeria Rei D. Luís, do referido palácio.


Segundo a organização, a mostra inclui várias centenas de peças e documentos vindos de diversos museus nacionais, autarquias, coleccionadores privados e, também, do Governo Regional dos Açores, tendo muitos deles sido propositadamente restaurados para esta exposição.


Entre as peças expostas destacam-se as jóias pessoais de D. Maria II e a coroa real portuguesa, que há mais de duas décadas não é exposta ao público.

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A Única Rainha Brasileira


(por um jornalista e escritor brasileiro: Eduardo Bueno)


Como, com vivacidade e imenso humor, se pode falar de História

- e, em particular, de D. Maria II -,

metendo até várias "piadas de português"

e algumas "de brasileiro"...

Tem graça, não ofende e ensina bastante.


(Vídeo do canal Buenas Ideias - 3 de Junho de 2020):


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