quinta-feira, 16 de julho de 2020

Ardi, a Mãe Mais Antiga (4,4 milhões de anos)


Ardi

A história da Humanidade voltou a recuar no tempo quando os cientistas concluíram o estudo de Ardi.

Ardi foi um hominídeo (fêmea) que viveu há 4,4 milhões de anos numa região de África que faz actualmente parte da Etiópia.

Com 1,20m de altura e 50 quilos de peso, esta fêmea vagueou pela floresta milhões de anos antes da famosa Lucy (nome de baptismo do esqueleto de um outro hominídeo fêmea, descoberto em 1974, que era tido até há pouco como o mais remoto antepassado do Homem).



Restos de Ardi

Segundo o antropólogo C. Owen Lovejoy, da Universidade de Kent, EUA, o estudo de Ardi lançou nova luz sobre a evolução do ser humano.


Reconstituição de Ardi

Ao contrário do que se pensava, o antepassado mais remoto do homem não terá sido um grande símio semelhante a um chimpanzé.

Com efeito, os cientistas garantem agora que o Homem e o chimpanzé terão seguido caminhos paralelos a partir de um antepassado comum.

"Ardi não é esse antepassado comum, mas nunca tínhamos chegado tão perto", afirmou Tim White, director do Centro de Investigação da Evolução Humana da Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA.





White acredita que essa criatura, a partir da qual Homem e macaco evoluíram, terá vivido há cerca de seis ou sete milhões de anos.

Mas Ardi tem muitos traços que não se encontram nos actuais macacos africanos, o que permite concluir que estes terão evoluído consideravelmente desde que partilharam com o Homem o tal antepassado comum.




O estudo de Ardi, que começou em 1994 (ano em que foram descobertos os primeiros ossos), permitiu concluir que viveria na floresta e que poderia subir às árvores usando os membros superiores e inferiores.
Mas o desenvolvimento dos seus braços e pernas revelou que ela e os companheiros passariam pouco tempo empoleirados.

No solo, eram capazes de caminhar sobre os membros inferiores.

Sob a designação científica Ardipithecus Ramidus, que significa "símio do chão", esta descoberta foi cientificamente documentada em 11 artigos publicados em princípios de Outubro de 2009 na revista Nature.

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