Um pouco de pão,
um pouco de água fresca,
a sombra de uma árvore
e os teus olhos!
Nenhum sultão
é mais feliz do que eu...
Nenhum mendigo
é mais triste....
II
Deixemo-nos de palavras vãs.
Levanta-te e dá-me um pouco de vinho.
Esta noite a tua boca
é a mais bela rosa do mundo
e basta para todos os meus desejos.
Dá-me vinho.
Que ele seja corado como as tuas faces,
e o meu remorso
será leve como as tuas tranças.
III
A brisa da Primavera renova as rosas
e, na sombra azul do jardim,
acaricia o rosto da minha amada.
A despeito da ventura de que já gozei,
sou tão feliz hoje
que não me lembro de ontem:
esqueço o passado...
É tão imperioso o prazer deste momento...
IV
Porquê tanta suavidade,
tanta ternura,
no começo do nosso amor?
Porquê tantos carinhos,
tantas delícias, depois?
E... porquê, hoje,
o teu único prazer
é dilacerar o meu coração?
Porquê?
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Omar Ibn Ibrahim El Kháyyám nasceu em Nichapour, Pérsia, no ano de 1040 da era cristã.
Kháyyám significa em persa "fabricante de tendas", e o poeta adoptou esse nome em memória do ofício de seu pai.
Além de poeta, Omar Kháyyám foi um grande matemático e astrónomo.
Director do observatório de Merv, fez, em 1074, a reforma do calendário muçulmano.
Omar Kháyyám morreu com 85 anos de idade na mesma cidade em que veio ao mundo.
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