sexta-feira, 12 de junho de 2020

Poemas de Omar Kháyyám - Pérsia (1040 - 1125) (ao som de Carcassi)




Matteo Carcassi (1792-1853)
(Estudos, op. 60, n.º 3)
(Arranjo de Alexandre Lagoya)

I

Um pouco de pão,
um pouco de água fresca,
a sombra de uma árvore
e os teus olhos!

Nenhum sultão
é mais feliz do que eu...
Nenhum mendigo
é mais triste....



II

Deixemo-nos de palavras vãs.
Levanta-te e dá-me um pouco de vinho.
Esta noite a tua boca
é a mais bela rosa do mundo
e basta para todos os meus desejos.

Dá-me vinho.
Que ele seja corado como as tuas faces,
e o meu remorso
será leve como as tuas tranças.



III

A brisa da Primavera renova as rosas
e, na sombra azul do jardim,
acaricia o rosto da minha amada.

A despeito da ventura de que já gozei,
sou tão feliz hoje
que não me lembro de ontem:
esqueço o passado...
É tão imperioso o prazer deste momento...



IV

Porquê tanta suavidade,
tanta ternura,
no começo do nosso amor?

Porquê tantos carinhos,
tantas delícias, depois?

E... porquê, hoje,
o teu único prazer
é dilacerar o meu coração?
Porquê?


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Omar Ibn Ibrahim El Kháyyám nasceu em Nichapour, Pérsia, no ano de 1040 da era cristã.
Kháyyám significa em persa "fabricante de tendas", e o poeta adoptou esse nome em memória do ofício de seu pai.

Além de poeta, Omar Kháyyám foi um grande matemático e astrónomo.


Director do observatório de Merv, fez, em 1074, a reforma do calendário muçulmano.
Omar Kháyyám morreu com 85 anos de idade na mesma cidade em que veio ao mundo.

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