“(…) A nossa imprensa, quase toda, vive à procura de sangue, escândalos, tragédias ou heróis.
(...) Entre
- procurar a verdade da história além das aparências,
- esperar pelas investigações das autoridades sem antecipar conclusões,
- ou optar pela versão mais trágica e chocante,
escolheu esta última sem hesitar.
Nada disto aconteceu por acaso.
Não deixa de ser eloquente que, num momento em que na Comissão de Ética da Assembleia da República prosseguem as penosas audições para apurar se há ou não liberdade de imprensa em Portugal, a maior e mais real ameaça a essa liberdade esteja ausente de todas as questões colocadas e de todos os depoimentos prestados.
(...) Entre
- procurar a verdade da história além das aparências,
- esperar pelas investigações das autoridades sem antecipar conclusões,
- ou optar pela versão mais trágica e chocante,
escolheu esta última sem hesitar.
Nada disto aconteceu por acaso.
Não deixa de ser eloquente que, num momento em que na Comissão de Ética da Assembleia da República prosseguem as penosas audições para apurar se há ou não liberdade de imprensa em Portugal, a maior e mais real ameaça a essa liberdade esteja ausente de todas as questões colocadas e de todos os depoimentos prestados.
Essa ameaça é o tipo de jornalismo que hoje se faz e que é ditado, primeiro que tudo, pela necessidade de vender informação e conquistar audiências a qualquer preço.
Os célebres 'conteúdos', que tanto movem os novos patrões da imprensa, são ditados exclusivamente pela vontade de obter lucros e não pelo desejo de prestar um serviço público de informação e formação.
Os célebres 'conteúdos', que tanto movem os novos patrões da imprensa, são ditados exclusivamente pela vontade de obter lucros e não pelo desejo de prestar um serviço público de informação e formação.
Ninguém pergunta à Ongoing ou à PT para que querem eles ter uma televisão ou um jornal, quais são os seus pergaminhos, o seu currículo, as suas intenções em matéria jornalística.
Parece que ter dinheiro, próprio ou emprestado, é critério suficiente." (*)
...……
.(*) A crónica de que aqui se apresenta um excerto foi escrita por Miguel Sousa Tavares no jornal Expresso (Lisboa – Portugal) em 23 de Março de 2010.
Não se pode dizer que, uma década transcorrida, as coisas não tenham mudado.
Mudaram, sim, mudaram até bastante.
Mudaram para muitíssimo pior...
(Título, grafismo, sublinhado e ilustração da responsabilidade da Torre)
Não se pode dizer que, uma década transcorrida, as coisas não tenham mudado.
Mudaram, sim, mudaram até bastante.
Mudaram para muitíssimo pior...
(Título, grafismo, sublinhado e ilustração da responsabilidade da Torre)
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