sábado, 28 de maio de 2022

Sun Tzu - O general chinês que fez da guerra uma arte (544 a.C - 496 a.C.)




 

O general chinês Sun Tzu (544 a. C. - 496 a. C.), considerado um dos maiores estrategas militares de todos os os tempos, é autor de um famoso livro sobre o assunto (A Arte da Guerra).

Sun Tzu, que nasceu no estado de Wu, China, escreveu-a no Período dos Reinos Combatentes.

Ele explica, em treze capítulos, todos os aspectos que, em sua opinião, deverão ser considerados antes, durante e depois de enfrentar o inimigo.

Utiliza para esse fim uma linguagem plena de comparações e metáforas, embora, simultaneamente, clara e incisiva, o que converte a obra num dos primeiros tratados do mundo sobre estratégia militar.





Não há uma biografia linear de Sun Tzu, com início, meio e fim. O que existe são concisas narrações de alguns factos da sua vida.

Apesar das especulações sobre a vida do autor, A Arte da Guerra é considerada da maior importância no conjunto de escritos militares produzidos ao longo da história da Humanidade.

Segundo os especialistas, apenas o prussiano Carl von Clausewitz [1780-1831] se lhe pode comparar, embora Sun Tzu seja mais acessível à leitura.

Mais do que um livro militar, A Arte da Guerra é considerado um livro filosófico.




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"Sun Tzu disse:

A arte da guerra é de importância vital para o Estado.

É a matéria da vida e da morte, o caminho que leva à salvação ou à ruína do Império: é forçoso saber manejá-la bem.

Não reflectir seriamente sobre o que ela significa é dar prova de culpável indiferença no que diz respeito à conservação ou perda do que nos é mais querido, e isto não deve ocorrer entre nós.

Cinco coisas principais devem ser objecto da nossa constante meditação e do nosso cuidado, como fazem os grandes artistas, que, ao empreenderem qualquer grande obra, têm presente no espírito aquilo que propõem e, aproveitando tudo o que vêem e tudo o que entendem, não negligenciam adquirir novos conhecimentos e todos os recursos que possam conduzi-los ao êxito.





A primeira destas cinco coisas é o Tao, a segunda o Tempo, a terceira o Terreno, a quarta o Comando e a quinta a Disciplina.

O Tao é aquilo que faz o povo em harmonia com o governante, de modo que o siga até onde for preciso sem temer por suas vidas ou correr qualquer perigo.

O Tempo significa o Ying e o Yang, a noite e o dia, o frio e o calor, dias ensolarados ou chuvosos e a mudança das estações.

O Terreno considera as distâncias e faz referência aos locais onde é fácil ou difícil deslocar-se, se em campo aberto ou em lugares estreitos. Isto influencia as possibilidades de sobrevivência.

O Comando deve ter as seguintes qualidades: Sabedoria, Sinceridade, Benevolência, Coragem e Disciplina.

Por último, a Disciplina deve ser compreendida como a organização do exército, as graduações e classes entre os oficiais, o regulamento das rotas de mantimentos e a provisão do exército quanto a material militar.




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Estas cinco coisas devem ser conhecidas pelo general.
Quem as domina, vence, quem não as domina, será derrotado.

Para isso, ao fazer planos, deve-se comparar os seguintes sete fatores valorizando cada um com extremo cuidado:

1 - Que dirigente é mais sábio e capaz?

2 - Que comandante possui maior talento?

3 - Que exército reúne vantagens quanto à natureza e ao terreno?

4 - Quem dispõe das tropas mais fortes?

5 - Que exércitos observam melhor os regulamentos e instruções?


6 - Que exército tem oficiais e tropas melhor treinadas?

7 - Que exército administra recompensas e castigos de forma mais justa?

Ao estudar este sete factores será possível prever que lado sairá vitorioso e que lado sairá derrotado.
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O general que seguir o meu conselho certamente vencerá.
Este general deverá ser mantido no comando.

Aquele que ignora o meu conselho certamente será derrotado.
Este deve ser substituído.

Mais do que prestar atenção aos meus conselhos e planos, o general deve criar condições que contribuam para o seu cumprimento.

Essas condições devem resultar da análise da situação real, actuando-se de acordo com o que é mais vantajoso.





A Arte da Guerra baseia-se no Engano.

Por isso, quando tens capacidade de atacar finge incapacidade, quando as tropas se movem finge inactividade.

Se estás perto do inimigo deves fazê-lo crer que estás longe, se estás longe aparenta estar perto.

Coloca iscas para atrair o inimigo.

Golpeia-o quando está desordenado.

Prepara-te contra ele quando estás em absoluta segurança.

Evita-o no período em que ele está mais forte.

Se o teu oponente tem temperamento colérico, procura irritá-lo.

Se é arrogante, trata de fomentar seu egoísmo.

.Se as tropas inimigas se acham bem preparadas após uma reorganização, intenta desordená-las.

Se estão unidas, semeia a discórdia entre as suas fileiras.

Ataca o inimigo quando não está preparado, e aparece quando não te espera.

Estas são as chaves da vitória para o estrategista.






Agora, se as estimativas realizadas antes da batalha indicam vitória, é porque os cálculos, que devem ser cuidadosamente efectuados, mostram que as tuas condições são mais favoráveis que as condições do inimigo.

Se indicam derrota, é porque mostram que as condições para a batalha não são propícias.

Com uma avaliação cuidadosa pode-se vencer: sem ela, não é possível.

Muito menos oportunidade de vitória terá aquele que não realiza cálculo nenhum.

Graças a este método pode-se avaliar qualquer situação e definir claramente o provável resultado."








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