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Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto
não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são?
Dois inimigos.
Amantes
são meninos estragados
pelo mimo de amar:
e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo
volve a nada.
Nada.
Ninguém.
Amor, puro fantasma
que os passeia de leve,
assim a cobra se imprime
na lembrança de seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.
Deixaram de existir,
mas o existido
continua a doer
eternamente.
2 comentários:
Carlos, sempre Carlos. Sua grandeza enaltece a alma e purifica a mente. João que amava Maria que amava José...
Sem dúvida, Marpaci, independentemente de saborearmos o genial Carlos aqui em Lisboa ou aí, em paragens paulistas. Isto apesar de sabermos que Joaquim amava Lili que não amava ninguém... Um abraço e volte sempre.
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