sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

JOSÉ MALHOA, grande pintor do Portugal antigo (1855-1933)



À Beira-Mar (Praia das Maçãs)






Suite Alentejana n.º 1
(Luís de Freitas Branco)








A Procissão (As Promessas)















O Fado



















Clara














O Barbeiro da Aldeia

















A Camponesa


















Os Bêbedos (Festejando o S. Martinho)















Cócegas















O Aguadeiro














Embrançar Cebolas















A Carta
















Espantando os Pardais da Seara














Milho ao Sol















As Padeiras (Mercado em Figueiró dos Vinhos)













Varanda Florida















O Latoeiro















A Corar a Roupa














O Emigrante
















Varanda dos Rouxinóis



























Estátua de José Malhoa
junto ao museu com o seu nome
(Caldas da Rainha)





Casa de José Malhoa (o "Casulo")
em Figueiró dos Vinhos


Malhoa, de seu nome completo José Vital Branco Malhoa, nasceu em 1855, nas Caldas da Rainha, numa família de agricultores.
Faleceu em Figueiró dos Vinhos no ano de 1933. 

Considerado o mais português dos pintores, Malhoa retrata nos seus quadros o país rural e real, os costumes e as tradições das gentes simples do povo, tal qual as via e sentia.
Este apego à terra, que pinta em paisagens transbordantes de luz e cor, é também a celebração das suas origens humildes de filho de lavradores.

Cedo evidenciou qualidades artísticas; e assim, muito novo, foi até Lisboa para aprender o ofício de entalhador na Escola de Belas-Artes. Contudo, por indicação do artista Leandro de Sousa Braga, o irmão inscreveu-o na Real Academia de Belas-Artes em Outubro de 1867.
Aqui prosseguiu estudos durante 8 anos, obtendo as melhores classificações.

Na Academia, foi aluno, entre outros, de Miguel Ângelo Lupi, de José Simões de Almeida e do mestre romântico Tomás da Anunciação, que o iniciou na pintura de paisagem – a grande paixão da sua vida.

Ainda estudante, passava as tardes a desenhar os arredores de Lisboa, sobretudo a Tapada da Ajuda e Campolide. Assim que acabou o curso concorreu a pensionista do Estado no intuito de ir estudar no estrangeiro. Mas não foi admitido (só realizaria a primeira viagem a Paris em 1906).
Decidiu então empregar-se na loja de confecções do irmão, onde ficaria três anos.

É desta época a obra Seara Invadida (1881), que envia a uma exposição em Madrid, onde obtém o melhor acolhimento. Entusiasmado, Malhoa deixou a loja do irmão e consagrou-se inteiramente ao ofício de pintor.

Ainda antes de 1885 chegam as primeiras encomendas artísticas: um tecto para o Real Conservatório (A Fama Coroando Euterpe) e outro para o Supremo Tribunal de Justiça (A Lei) são alguns exemplos.

Nesse ano, o pintor Silva Porto regressa a Lisboa, vindo de França. À sua volta, na Cervejaria do Leão, em Lisboa, reúne-se um grupo de artistas dos quais Malhoa faz parte. Esta tertúlia, o Grupo do Leão, que discutia temas relativos à prática artística, influenciou decisivamente a opção de Malhoa pela pintura de ar livre. O Paul da Outra Banda, pintado ainda em 1885, é desta um bom exemplo.

Pouco tempo depois, adquire casa de Verão em Figueiró dos Vinhos, no centro de Portugal. Aqui descobriu os temas populares que sempre o encantarão ao longo da vida.

Procissões, cenas campestres, camponesas saudáveis e garridas, animais que pastam, pontuam uma pintura que se vai dedicar a transmitir uma imagem do Portugal sentimental e bucólico que outros tratarão na literatura.

Trata-se de pintura naturalista; mas de um naturalismo sem maniqueísmo nem luta de classes, mais próximo de A Cidade e as Serras que de O Germinal – mais próximo do Portugal atrasado desse tempo que da Inglaterra ou da França já industrializadas.

Diogo de Macedo, historiador que se debruçou sobre a sua obra, chama-lhe um «historiador da vida rústica de Portugal».

(Fonte: Luísa Soares de Oliveira, in ArtLink)


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