quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Lugares da Península - A Caminho de Granada (2)



Outra vez a brasileira Nora Borges, ainda em Espanha, terminando a viagem encantada a Granada (Língua de Mariposa). (Ver a 1.ª parte em 28 de Julho de 2007)
……….

"Saindo de Fuentevaqueros e escutando os poemas de Lorca no som do carro, o coração agradecia pelo especial momento. Nunca viajo sem meus companheiros CDs.
Bueno... deixei atrás o pequeno pueblo de Granada pensando que um dia voltaria com minha filha, para que pudesse - ela também - guardar na memória esse contacto físico com um lugar que guarda uma pequena parte da história do que foi - e ainda é - um dos maiores ícones da poesia em língua castelhana.


Então... fixei-me no espectáculo fantástico que era o horizonte! Sierra Nevada é um conjunto de montanhas belíssimo, onde está o ponto mais alto de toda a Península Ibérica. Quase 4 mil metros acima do nível do mar!
Apesar de ser uma das mais célebres estações de esqui da Espanha, não havia burburinho de gente, nem esquis espalhados pelos suportes de madeira armados diante dos pubs ou bares de tapas. Era Verão. E estavam todos nas praias.Mas morri de vontade de estar ali no Inverno e aprender a esquiar. Uma das minhas fantasias juvenis. Tá bom… já sei que agora vai ser mais difícil, mas eu pretendo tentar. Um dia…


Ao descer a serra encontramos um pueblo chamado Pinos Genil e vários cartazes de hotéis simpáticos, para todos os gostos e bolsos. Escolhemos um que dizia: Hostal Meson de Los Patos. Era esse! Decidimos aproveitar ali o final da tarde e só chegar a Granada no dia seguinte. Decisão mais do que acertada! Estava tudo tão agradável com o frescor que vinha da água!

O povoado era pequeno e lindo, às margens de um rio que desce pelas encostas de Sierra Nevada, o rio Genil. O hotel que escolhemos fica em uma de suas margens.
Agora, vamos combinar o seguinte:
Chame de hotel a hospedaria, limpa e fresca como a casa de um amigo. Chame de rio um córrego gelado, cheio de pedras sob as águas transparentes e que faz um barulho adorável e romântico, descendo a encosta com força e paciência constante. E perca um tempo razoável acompanhando o movimento dos patos entrando e saindo de casitas equilibradas nas pedras…


Agora imagine o duche revigorante e a escolha de uma roupa confortável… um jantar no meio da ruazinha estreita, junto à balaustrada de pedras que a separa do leito do rio. A mesa com toalha xadrez verde, um vinho tinto na taça e um cheiro de carne assando na pedra quente. E mais... uma salada de tomates frescos e os enormes pimentões vermelhos assados na brasa… Além disso, o pão caseiro com um cheiro espectacular de forno de lenha…...

Agora junte um sol a se por, banhando de tons de cobre cada pedra, cada folha das árvores às 10:00 horas da noite, e perguntem-se:
Teriam pressa de chegar a algum lugar?

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