domingo, 24 de novembro de 2019

O Flamengo de Jorge Jesus ganha a Taça Libertadores!


A Libertadores equivale, na América do Sul, à Liga dos Campeões, na Europa. A relevância do feito é evidente, sobretudo para um time, o Flamengo, que não triunfava na prova há 38 anos. E que está à beira de vencer o dificílimo Campeonato do Brasil (faltam-lhe apenas dois pontos).
Portugal vibrou, quase inteiramente, com a proeza - porque o Mengão já era muito popular por cá, mesmo antes de Jorge Jesus fazer as malas para o Brasil. Imaginem agora, com ele no Rio de Janeiro e no Maracanã...


Mais do que justa a vitória de 2-1 sobre o River Plate, da Argentina. Não foi sorte, não: foi o triunfo da crença, da perseverança, da certeza de que um jogo de futebol dura sempre mais do que 45 minutos. Tem, pelo menos, 90 - e mais uns pozinhos que podem ser decisivos. E, ontem, foram...
Os argentinos consumiram quase toda a 1.ª parte a tentar impedir o futebol do Flamengo. Corriam desalmadamente, cortavam linhas de passe, utilizavam a dureza (por vezes abusiva, com a complacência da arbitragem) e não permitiam que os jogadores do Mengão pensassem o jogo. Um sufoco. Mas era cada vez mais óbvio que "aquilo" não poderia durar a partida inteira, a menos que os argentinos viessem munidos de pulmões de aço. Não vieram. E só admira que os golpes do Gabigol chegassem tão em cima da hora: há muito se pressentia que o River estava claudicando fisicamente. Isso foi claro no primeiro tento e claríssimo no segundo. Neste último, os centrais (zagueiros) argentinos já não podiam, como se diz em Portugal, com uma gata pelo rabo. Não sei o que teria sucedido se houvesse lugar a prolongamento, mas suspeito que teria sido ainda pior para o River...


Jorge Jesus, que já havia triunfado brilhantemente no maior clube de Portugal, o Benfica, está agora a vencer no maior time brasileiro. Isto não obstante as dúvidas que alguns  comentadores precipitados (e, ao que parece, desatentos ou desactualizados) sobre ele expressaram ao princípio.
Jesus transportou para o Brasil a originalidade e a imprevisibilidade táctica do melhor futebol europeu. Levou, sobretudo, a dinâmica e a intensidade de jogo que, por exemplo, escassearam à selecção brasileira no Mundial de 2014. Ele pode contribuir, à sua maneira, para a evolução do futebol brasileiro, atendendo sobretudo à extraordinária qualidade e abundância de futebolistas naquele país. Pode ser pelo menos tão importante como o foi em Portugal, na década de 1950, um treinador brasileiro, Otto Glória, que mexeu profundamente com o futebol do Benfica e, com isso, revolucionou o próprio futebol português. Que nunca mais foi o mesmo - mudando para muito melhor...

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