domingo, 1 de junho de 2014

Política à Portuguesa (Costa contra Seguro, no ringue - O último combate)

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"Costa saltou contra Seguro.
Se calhar ele pensava que o secretário-geral se encolhia...
Qual quê! António José Seguro subiu para o ringue, saltitando e dando ganchos no ar, com a pose de boxeur que se lhe conhece, queixo firme e discurso claro: "A minha consciência diz-me que eu tenho de continuar a lutar pelos valores e pelos princípios e habituem-se porque isto mudou."

Juro, ele disse isto, ontem. Na mesma frase, "tenho de continuar a lutar pelos valores" e "habituem-se porque isto mudou"!
No boxe chama-se a isso jabs, sucessão de golpes, esquerda-direita...
Em discurso parece contraditório, mas agora António Rocky Seguro quer passar a imagem de durão.

Ele adora desafios impossíveis, já antes queria passar por líder.
O outro quis encostá-lo às cordas do congresso. Com um jogo de pernas notável, o nosso Belarmino do Rato lançou-se para as primárias.
Eu explico o que isso quer dizer em boxe.

Suponhamos que o pugilista receia um KO, porque reconhece que o adversário é mais forte. Então, refugia-se nas cordas, dança, enfim, compra tempo.

Com um passado de ganhar por pouco, Seguro quer agora ganhar muito. Muito tempo.
O outro atrás dele para uma luta leal e ele às voltinhas à espera que o gong o salve.

Vocês vão dizer-me: "Mas ele vai ficar mal visto..."
Não sei. O erro mais visível de Seguro era ter o título de líder e sê-lo pouco.

 Agora, a fugir à luta, ele já ganha coerência. Já é ele.
Na política a coerência é importante." (*).

(*) Ferreira Fernandes, Seguro à espera que o ‘gong’ o salve, in Diário de Notícias, Lisboa, 1-Junho-2014.


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