“(…) Seguro cumpriu o princípio da incompetência de Peter: foi o
líder de transição que sempre é sacrificado entre lideranças marcantes. E,
desse ponto de vista, cumpriu fielmente o papel que lhe foi destinado. Seguro
ficará tanto na memória colectiva como Fernando Nogueira, o tal que sucedeu a
Cavaco Silva no PSD.
Mas, como postula o princípio de Peter, Seguro não dá mais
que isto.
A sua visão para o País tem a consistência de gelatina e a capacidade
mediática de um pão seco.
Eu não sei se António Costa vai ser o próximo líder do PS.
Não
sendo militante, a decisão não está nas minhas mãos. Mas, francamente, tenho
pressa que as entranhas do PS não confundam, como tem sido hábito, deslealdades
com divergências, a forma da letra com o espírito da mesma, e os interesses do
País com os interesses de meia dúzia com genética de lapa, agarradinhos aos
estatutos como tábua de salvação.
Mas se Seguro quiser desmentir quem clama por
algo diferente, é simples: marque congresso extraordinário por sua iniciativa e
olhe António Costa - e o País - nos olhos.” (*)
(*) Ana Martins, in “Económico”, Lisboa, 30-Maio-2014
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