É considerado um dos maiores poetas populares de toda a América de língua espanhola. De ascendência índia quetchua por parte do pai, e basco pela parte materna, Hector Roberto Chavero Aramburu (seu verdadeiro nome) passou a infância em Fortín Roca, na Pampa, onde seu pai era chefe de gare. Aprendeu a tocar violão aos seis anos.
À morte do pai, em 1921, abandonou os estudos e decidiu tornar-se artista. Percorreu então os grandes espaços da Argentina, descobrindo a realidade miserável da vida do povo dos campos, índios ou mestiços. Ele tornou-se o seu porta-voz logo nas primeiras composições – Camino del Indio, Nostalgia de Tucumán.
En 1928, jornalista em Buenos Aires, encontra o etnólogo Alfred Métraux, com o qual explora a Bolívia. O seu conhecimento íntimo das pessoas, das paisagens, dos costumes ancestrais e da alma índia alimentou-lhe a inspiração. "Penso - dizia ele - que a missão do artista não consiste em resolver os problemas políticos, mas em estar junto do povo, testemunhando os seus problemas e as suas dificuldades".
En 1941, sob um pseudónimo escolhido na adolescência (formado de Atahualpa, o último chefe inca, e de Yupanqui, cacique supremo dos índios quetchuas), publicou uma recolha poética, Piedra Sola, seguida de Cerro Bayo (1943) e de Aires Indios (1946).
Oiça-o aqui:
Un dia yo pregunté
Abuelo, donde está Dios?
Mi abuelo se puso triste,
y nada me respondió.
Mi abuelo murio en los campos,
sin rezo ni confesión.
Y lo enterraron los indios
flauta de caña y tambor.
Al tiempo yo pregunté
Padre, que sabes de Dios?
Mi padre se puso serio
y nada me respondió.
Mi padre murio en la mina
sin doctor ni protección.
Color de sangre minera
tiene el oro del patrón
Mi hermano vive en los montes
y no conoce una flor.
Sudor, malaria, serpientes,
es la vida del leniador.
Y que nadie le pregunte
Si sabe donde está Dios.
Por su casa no ha pasado
tan importante señor.
Yo canto por los caminos,
y cuando estoy en prisión
oigo las voces del pueblo
que canta mejor que yo.
Hay un asunto en la tierra
mas importante que Dios.
Y es que nadie escupa sangre
para que otro viva mejor.
Que Dios vela por los pobres?
Tal vez si, y tal vez no.
Pero es seguro que almuerza
en la mesa del patrón.
(Atahualpa Yupanki)
Sem comentários:
Enviar um comentário