Os generais Robert Lee (à esquerda) e Ulysses Grant (à direita) assinam os termos da rendição na Casa McLean |
Há 156 anos, no dia 9 de Abril de 1865, o general Ulysses S. Grant, comandante do Exército da União, montou no seu cavalo Cincinnati e dirigiu-se a Appomattox Court House, uma povoação da Virgínia. Aí, na chamada Casa McLean (porque pertencia a Wilmer McLean), aguardava-o Robert E. Lee, o chefe das tropas confederadas e separatistas.
A epopeia militar do general confederado e o sonho da separação sulista haviam chegado ao fim. Após uma série de triunfos retumbantes, a estrela de Lee começara a empalidecer sob os ataques do Norte, sobretudo a partir do momento em que se quebrou o mito da sua invencibilidade. A esse respeito, a derrota de Gettysburg, em 1863, ficara como um marco importante e fatídico na campanha da Confederação (rever aqui).
Agora, em Abril de 1865, depois dos derradeiros e desesperados confrontos nas imediações de Appomattox, Robert E. Lee tinha o seu exército encurralado por forças muito superiores e frequentemente reforçadas. Só lhe restava o caminho da rendição e foi isso mesmo que ele comunicou por carta a Ulysses Grant. Após a resposta afirmativa do inimigo, ficou à espera deste para se resolver o fecho do conflito que durava desde 1861.
Cumprimentos entre os dois grandes adversários na Casa McLean |
Quando Grant deu entrada na Casa McLean, os dois líderes cumprimentaram-se e apresentaram um ao outro os oficiais que os acompanhavam. Ambos tinham frequentado a Academia de West Point e os dois tinham participado na guerra dos Estados Unidos contra o México (1846-1848). Por isso, não eram dois desconhecidos sem pontos de contacto.
Depois das saudações, Grant e Lee trataram das formalidades previstas na correspondência que haviam mantido. O acordo ficou estabelecido em documentos surpreendentemente curtos: os dois assinaram e trocaram cartas com os termos da rendição e, pelas 3 horas da tarde, tudo havia terminado (ainda que o fim oficial das hostilidades só tenha chegado a 28 de Junho de 1865).
Grant, evitando sabiamente humilhar os antigos inimigos, permitiu que os oficiais confederados continuassem na posse das montadas e das armas pessoais. Foi por isso que Robert E. Lee pôde entrar e sair da Casa McLean com a sua espada, despedindo-se cavalheirescamente dos vencedores e abandonando o local com tranquila dignidade.
Mais tarde, Ulysses Grant recordou os sentimentos que Robert Lee lhe inspirara no momento da rendição - naquelas horas que tinham encerrado um conflito que roubara mais de meio milhão de vidas à nação: Senti tudo menos regozijo perante a queda de um adversário que tinha lutado tão longa e valentemente e que tanto tinha sofrido por uma causa, embora essa causa fosse, segundo creio, uma das piores por que um povo alguma vez lutou.
Robert Lee abandona a Casa McLean após ter assinado a rendição |
O vencedor General Ulysses S. Grant (1822-1885), comandante dos exércitos da União e futuro Presidente dos Estados Unidos |
O vencido General Robert E. Lee (1807-1870), comandante dos exércitos da Confederação |
A Casa McLean em 1865 |
A Casa McLean nos dias de hoje (reconstruída) |
A sala da casa McLean onde se assinou a rendição (reconstruída) |
1 - Oh Susana
(Canção dos Confederados)
2 - Battle Cry of Freedom
(Canção dos Unionistas)
(Canção dos Unionistas)
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