O pateta americano descobriu que, com desinfectante nas veias dos humanos ou doses reforçadas de ultravioletas, o monstrinho falece e as coisas acabam por entrar nos eixos. E que, desse modo, o planeta (ou grande parte dele) destapa de novo a felicidade dos dias antigos...
Boris Johnson, o irresponsável inglês que faz de primeiro-ministro, não andou longe disso (tal como outros de que não vale a pena falar agora). Sobre Boris, Clara Ferreira Alves deixou algumas linhas afiadas e certeiras na sua última crónica, de que transcrevo o fragmento seguinte (*):
"(…) Herd Immunity [Imunidade de Rebanho], a teoria preferida por Boris Johnson quando ainda respirava sem oxigénio.
A herd immunity é simples, no meio de tanto arrazoado. Enuncia-se assim: deixem morrer os velhos e vulneráveis primeiro, os doentes e os fracos, deixem o vírus eliminar essa gente, soltem as crianças, adolescentes e adultos saudáveis e deixem-nos espalhar o vírus pela população à vontade, até estarmos mais de 60% infetados. De preferência mais. Aí, o vírus desiste, ganhámos imunidade.
O Reino Unido tentou pôr em prática, deixou tudo aberto, deixou tudo infetado incluindo o príncipe herdeiro e o primeiro-ministro, deixou infetar os trabalhadores da saúde, e enquanto os cadáveres se amontoavam chegou à conclusão de que o país não tinha condições para aplicar a teoria.
Dezenas de milhares de mortos mais tarde, e sem ter aprendido nada com os italianos, o Reino Unido não só tinha fechado tudo como ameaçava continuar fechado durante mais tempo do que os europeus (…)"
……….
(*) A crónica de Clara Ferreira Alves tem por título: De Tudo Como na Farmácia. Pode lê-la, completa, na Revista E (pág. 3) do jornal Expresso (Lisboa, Portugal) publicado em 25 de Abril de 2020.
Rule Britannia:
Sem comentários:
Enviar um comentário