… e aqui descansará uns dias da sua longa viagem por mar. Seguirá depois para Madrid, onde tem lugar a Conferência da ONU sobre o clima.
Greta Thunberg continua bravamente a sua campanha, sem ceder um milímetro. E tem valido a pena. Começou sozinha, triste e desamparada (vejam, abaixo, a penúltima foto), mas hoje encabeça milhões, enfim despertos para a luta. Porque é de uma luta de vida ou morte que se trata. Sobretudo para os jovens. O planeta será deles e dos descendentes que vierem a ter. São eles que estão a acercar-se, dia após dia, de uma herança maldita e letal. Eles - não os velhos, que já gastaram quase toda a sua história e não vão estar presentes para ver e sofrer a catástrofe...
A menina Greta não faz concessões. Durante a luta não se esforça - nem um bocadinho - para ser ou parecer simpática aos olhos dos responsáveis políticos e dos poderosos a quem se dirige. Mete o dedo na ferida, remexe e carrega fundo. Sem contemplações. É genuína. Às vezes comove-se - e comove decerto aqueles (que são já muitos) a quem resta ainda sensibilidade ou que não estão hipotecados à ignorância ou associados aos interesses da ganância universal. Mas é espantoso - e vergonhoso, para muita gente! - que tenha de ser uma criança - esta criança - a levantar do chão o estandarte da sobrevivência e a precipitar-se na batalha...
Há por aí quem se diga farto da menina. Não lhe perdoam o tom, a acutilância, o "desrespeito" para com os adultos que a escutam. (Como se atrevem a proceder como procedem?, perguntou ela, indignada, na ONU. Como se atrevem?). Logo a censuraram, em frases altivas e professorais (Aquilo não são maneiras de falar a adultos).
Procedendo assim, fogem do conteúdo - terrível e verdadeiro - da sua mensagem, para se concentrarem somente na forma como a transmite e nos seus modos. Ela não lhes ligou, tem prosseguido e ainda bem que o fez. Porque não há nada de errado nas suas palavras: o seu discurso está do lado certo da História. E essa gente que a critica, ou que a ignora (como o insuportável e ignorante vilão de Washington), não é merecedora de contemplações, tem mesmo de ser tratada assim.
Procedendo assim, fogem do conteúdo - terrível e verdadeiro - da sua mensagem, para se concentrarem somente na forma como a transmite e nos seus modos. Ela não lhes ligou, tem prosseguido e ainda bem que o fez. Porque não há nada de errado nas suas palavras: o seu discurso está do lado certo da História. E essa gente que a critica, ou que a ignora (como o insuportável e ignorante vilão de Washington), não é merecedora de contemplações, tem mesmo de ser tratada assim.
Afinal, cada um desses críticos não passa de um mero tijolo na parede, como diziam os Pink Floyd. Uma parede sinistra, malevolamente erguida entre o que está certo e o que está errado. Uma parede que tem de ser derrubada. Custe o que custar.
Vai em frente, Greta Thunberg. E não mudes em nada...
Pink Floyd (Another Brick in the Wall):
Discurso de Greta Thunberg no Parlamento Europeu.
Strasbourg, 16 de Abril de 2019.
(Legendado em português - Clique no retângulo adequado )
Greta, ao princípio: sozinha, triste e desamparada... |
A menina Greta, afinal, também sabe sorrir e ser simpática. Ah, compreende-se: Francisco também é dos bons e está, tal como ela, do lado certo da História...
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