terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cantiga de Amor (Pêro da Ponte - Séc. XIII)


Se eu pudesse desamar
A quen sempre desamou,
E pudesse algum mal buscar
A quen sempre mal buscou!
Assim me vingaria eu,
Se eu pudesse coita dar (1)
A quen sempre me coita deu.

Mas sol (2) non poss'eu enganar
Meu coraçon, que m'enganou,
Por quanto me fez desejar
A quen me nunca desejou.
E por esto non dórmio eu, (3)
Porque non posso coita dar
A quen me sempre coita deu.



(1) - Causar sofrimento
(2) - Somente
(3) - E por isto não durmo eu

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