Bati segunda vez e outra mais
e mais outra.
e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade;
a outra metade são cinzas.
a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém,
e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater.
O eco devolve minha ânsia de entreabrir
esses paços gelados.
O eco devolve minha ânsia de entreabrir
esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.
(Carlos Drummond de Andrade) (Brasil) (1901-1987)
Sem comentários:
Enviar um comentário