Paula Rego (n. 1935) - Portugal
Pequenas e grandes histórias da História e mensagens mais ou menos amenas sobre vidas, causas, culturas, quotidianos, pensamentos, experiências, mundo...
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
As Meninas - Pequeno exercício sobre futuras profissões
Pelo jeito de cada uma, em que poderão elas transformar-se quando crescerem?
Uma hipótese, da esquerda para a direita:
1 - Juíza.
2 - Magistrada do Ministério Público perita em casos mediáticos.
3 - Apresentadora de noticiários sensacionais e bombasticamente reveladores na TV.
Artista - Norman Rockwell (1894-1978) - Estados Unidos
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Não ao Desemprego (José Saramago)
"A gravíssima crise económica e financeira que está convulsionando o mundo traz-nos a angustiante sensação de que chegámos ao final de uma época sem que se consiga vislumbrar o que e como será o que virá de seguida.
Que fazemos nós, que assistimos, impotentes, ao avanço esmagador dos grandes potentados económicos e financeiros, loucos por conquistar mais e mais dinheiro, mais e mais poder, com todos os meios legais ou ilegais ao seu alcance, limpos ou sujos, regulares ou criminais?
Não são eles precisamente, os banqueiros, os políticos de máximo nível mundial, os directores das grandes multinacionais, os especuladores, com a cumplicidade dos meios de comunicação social, os que, com a soberba de quem se considera possuidor da última sabedoria, nos mandavam calar quando, nos últimos trinta anos, timidamente protestávamos, dizendo que não sabíamos nada, e por isso nos ridicularizavam?
Era o tempo do império absoluto do Mercado, essa entidade presunçosamente auto-reformável e auto-regulável encarregada pelo imutável destino de preparar e defender para sempre e jamais a nossa felicidade pessoal e colectiva, ainda que a realidade se encarregasse de desmenti-lo a cada hora que passava.
E agora, quando cada dia aumenta o número de desempregados?
Vão acabar por fim os paraísos fiscais e as contas numeradas?
Será implacavelmente investigada a origem de gigantescos depósitos bancários, de engenharias financeiras claramente delitivas, de inversões opacas que, em muitos casos, mais não são que massivas lavagens de dinheiro negro, do narcotráfico e outras actividades canalhas?
E os expedientes de crise, habilmente preparados para benefício dos conselhos de administração e contra os trabalhadores?
Quem resolve o problema dos desempregados, milhões de vítimas da chamada crise, que pela avareza, a maldade ou a estupidez dos poderosos vão continuar desempregados, mal-vivendo temporariamente de míseros subsídios do Estado, enquanto os grandes executivos e administradores de empresas deliberadamente conduzidas à falência gozam de quantias milionárias cobertas por contratos blindados?
O que se está a passar é, em todos os aspectos, um crime contra a humanidade e desde esta perspectiva deve ser analisado nos foruns públicos e nas consciências.
Não é exagero.
Crimes contra a humanidade não são apenas os genocídios, os etnocídios, os campos de morte, as torturas, os assassinatos selectivos, as fomes deliberadamente provocadas, as contaminações massivas, as humilhações como método repressivo da identidade das vítimas.
Crime contra a humanidade é também o que os poderes financeiros e económicos, com a cumplicidade efectiva ou tácita dos governos, friamente perpetraram contra milhões de pessoas em todo o mundo, ameaçadas de perder o que lhes resta, a sua casa e as suas poupanças, depois de terem perdido a única e tantas vezes escassa fonte de rendimento, quer dizer, o seu trabalho.
Dizer “Não ao Desemprego” é um dever ético, um imperativo moral.
Como o é denunciar que esta situação não a geraram os trabalhadores, que não são os empregados os que devem pagar a estultícia e os erros do sistema.
Dizer “Não ao Desemprego” é travar o genocídio lento mas implacável a que o sistema condena milhões de pessoas.
Sabemos que podemos sair desta crise, sabemos que não pedimos a lua.
E sabemos que temos voz para usá-la.
Frente à soberba do sistema, invoquemos o nosso direito à crítica e ao nosso protesto.
Eles não sabem tudo.
Equivocaram-se.
Enganaram-nos.
Não toleremos ser suas vítimas." (*)
(*) - Texto de José Saramago, escritor português, Prémio Nobel de Literatura.
In O Caderno de Saramago, 10 de Novembro de 2009.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Tempos de Escravatura
No Suriname, aos domingos e feriados, os ricos plantadores e outros homens de negócios dirigiam-se à igreja com as suas famílias, sendo frequentemente acompanhados por cinco ou seis dos seus escravos.
Fonte: Jacques Benoit - Voyages à Surinam - Bruxelles - 1838
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Mapa Cor-de-Rosa
E tu ali tão perto!...
Sinto-te o cheiro
E o ácido das frutas
Agita-me os lábios.
Piso a terra avermelhada
E o restolho do capim
Deixa exalar coisas
Que não sei dizer.
Tão perto…
Dizem ser cor-de-rosa
Tal distância.
E o ácido das frutas
Agita-me os lábios.
Piso a terra avermelhada
E o restolho do capim
Deixa exalar coisas
Que não sei dizer.
Tão perto…
Dizem ser cor-de-rosa
Tal distância.
Um quase nada…
Oh! Senhora da Muxima
Minha Angola,
Minha Amada!
Oh! Senhora da Muxima
Minha Angola,
Minha Amada!
(Isa Pontes - na margem do rio Vaal, África do Sul)
Aldeia do mato, algures, na Huíla, Sul de Angola