sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Combate do Pembe, Sul de Angola. Foi há 105 anos...

Tropas portuguesas atravessam o vau do Pembe, no rio Cunene (Sul de Angola)

Perfazem-se hoje precisamente 105 anos sobre o terrível desastre militar no Sul de Angola, onde pereceram, em condições trágicas, centenas de soldados portugueses.
Completam-se também 104 anos sobre a missa mandada celebrar, na Igreja dos Mártires, em intenção do tenente Luz Rodrigues, um dos heróis do combate (ver dois posts abaixo).
Podem reviver tudo isto aqui: Derrota portuguesa no Pembe

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Memória dos Índios...

Cavalo Amarelo (dos Sioux)

(Foto de Curtis - 1908)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Os novos valores...

"(...) Pensando bem, temos razões para ser infelizes ou, pelo menos, pouco felizes.
Os políticos mentem-nos, manipulam a nossa benevolência, prometem-nos melhorias, cavalgam as nossas mais rústicas e asseadas esperanças.
As instituições seguem-lhes o rasto. Foram, aliás, criadas por eles, ou são filhas dilectas do sistema.
Os peralvilhos que as dirigem, sob designações as mais diversas, são criaturas pouco recomendáveis.
Todos nós sabemos disto, comentamos amargamente a roubalheira que por aí anda, nem sequer nos divertimos quando banqueiros vão para a cadeia ou estão sob a ameaça de lá ir parar.
Desconfiamos, mas não damos um passo para as coisas serem diferentes.
Votamos nos partidos que sustentam esta gente porque esta gente mantém o sistema e não está nada interessada em o alterar.
Aliás, nada de real e de rigoroso poderá ser feito sem se pulverizar as estruturas que vão segurando, como um andaime, esta sociedade. (...)
Vivemos nesse universo obscuro e inquietante da competitividade e dos objectivos a atingir.
Vale tudo, inclusive a própria vida humana.
Dissiparam-se os exemplos que serviam de rota e de escora.
A palavra de honra deixou de comparecer nas relações sociais.
A classe dirigente recusa-se a entender que uma promessa não é só um compromisso - é um crédito de honra. (...)
A honra desapareceu do circuito normal onde as ligações afins se estabeleciam e se solidificavam.
Os contratos eram feitos através desses compromissos morais. Devo dizer que tenho saudades do tempo em que um aperto de mão cimentava alguma coisa.
A honra, a dignidade e as relações como construção dos laços sociais.
Confiava-se. Apenas isto.
Agora, por todo o lado, as novas figuras de autoridade, a classe dirigente e os seus pequenos estipendiados parece terem renunciado a essas práticas.(...)
É o mundo da mentira, da torpeza e do impudor que campeia por aí, a todos os níveis e em todos os sectores da sociedade.

(Baptista-Bastos - Jornal de Negócios - Lisboa - Portugal - 18 de Setembro de 2009)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Olhares fatais...

 







 
(Fotos de Isabel Gomes da Silva)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

7 de Setembro de 1822 - Grito do Ipiranga: o Brasil independente de Portugal

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O regente D. Pedro, filho de D. João VI, monarca português, proclama junto ao riacho do Ipiranga a independência do Brasil em relação a Portugal. Completam-se hoje 187 anos, mas os Brasileiros continuam sendo o Povo Irmão. Afinal, 322 anos da sua história (1500-1822) foram partilhados connosco numa Pátria comum. E, daí para cá, foram aquelas paragens, para muitos lusitanos, a Terra da Promissão.
Para além do tempo e independentemente das vicissitudes políticas ou normativas, os Brasileiros jamais serão estrangeiros em Portugal...

sábado, 5 de setembro de 2009

Sul de Angola - O Gado Sagrado entre os Nhanecas-Humbes (2) - O Cortejo do Boi Sagrado

 
(Continuação de 22-Ago-2009)

"A manifestação mais espectacular, respeitante ao gado sagrado, é o chamado "cortejo do boi sagrado", rito que hoje em dia só é praticado entre os Nhanecas.

A festa consiste essencialmente num cortejo solene, que leva o boi sagrado do régulo através do sobado inteiro, com todas as honras que são devidas a um animal no qual as almas dos antigos reis parecem ter estabelecido o seu habitáculo.

O boi, que é de cor branca e preta, tem ao seu serviço um séquito de altos dignitários, entre os quais se destacam o mwene-hambo, que é o chefe dos pastores do gado do soba, e o nthoma, que faz as vezes de arauto, anunciando por toda a parte a passagem do boi.


Antes da saída do cortejo, o soba faz as recomendações seguintes:

Percorrei a terra, fazei a festa. Se o cortejo encontrar um cabrito no caminho, matai-o; se for um boi, comei-o; se for uma criança, prendei-a e que a família pague um boi para a resgatar!

Toda a pessoa adulta deve venerar o boi à sua passagem. Se houver alguém que assim não proceda, tirai-lhe tudo quanto tem. Se resistir, matai-o. Que não se chore o morto. É um tempo de regozijo!

Que tudo seja permitido! No entanto, não se devem maltratar as mulheres. Não deve haver nem questões nem querelas. Não pode haver lamentações, mesmo que alguém morra. O povo quer a festa. Se eu a não permitisse, o povo ficaria descontente. Ide, pois!


Feita esta proclamação, procede-se à cerimónia seguinte: a primeira mulher do soba apanha um pouco do pó das pegadas do chefe dos pastores, ao mesmo tempo que uma pequena porção da bosta do boi sagrado, e leva estes produtos para o quarto de dormir, colocando-os debaixo do travesseiro de madeira.

Não podendo tomar parte no cortejo, ficar-lhe-á desta maneira pelo menos indirectamente unida. Durante o cortejo, ela e o régulo têm a obrigação de guardar continência, tal como o chefe dos pastores.

A procissão do boi sagrado dura mais ou menos três semanas. Em todas as quintas por onde ele passa são-lhe prestadas todas as honras e, no decorrer da viagem festiva, junta-se-lhe muito gado para acompanhar o cortejo.



De regresso à residência do soba, este e a mulher principal, mais uma rapariga virgem, apresentam ao animal uma bebida peculiar.

O boi sagrado lambe-a com sofreguidão, o que é um motivo de alegria para todos os circunstantes e um óptimo augúrio para toda a tribo.

Nesta ordem de ideias, o chefe dos pastores promete prosperidade e uma protecção especial dos espíritos dos antigos sobas para todo o povo." (*)

(*) Adaptado de: Padre Carlos Estermann - Etnografia do Sudoeste de Angola - Vol. 2 - Grupo Étnico Nhaneca-Humbe - Junta de Investigações do Ultramar - Lisboa - Portugal - 1960.